Ministra da Saúde descarta privatização de hospitais federais do Rio de Janeiro
Nísia Trindade afirmou que parcerias são importantes para reverter sucateamento e que pasta trabalha com reestruturação das unidades
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, descartou nesta quarta-feira (28) a privatização dos hospitais federais do Rio de Janeiro. Ela disse também que o SUS prevê um papel específico para estados e municípios, e que dentro dessas atribuições, não cabe ao Ministério da Saúde uma gestão direta dos hospitais. “Trabalhamos no sentido de parcerias para fazer a melhor gestão dos hospitais. Mas eles não estão sendo privatizados”, declarou.
A declaração foi dada durante café da manhã com jornalistas, na ocasião, a titular da pasta reforçou que não vai deixar a situação dos hospitais como está. “Vamos recuperar esses hospitais com as parcerias”, afirmou. A resposta é dada diante das críticas feitas a pasta com as parcerias feitas com a prefeitura do Rio de Janeiro, com a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Grupo Hospitalar Conceição.
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Nísia destacou que os hospitais eram referências de saúde em um período anterior ao SUS, mas passou por uma série de sucateamentos e abandonos nos últimos anos. “Estamos desde o ano passado em um programa de reestruturação. Não existe mais a ideia de que esses são os melhores hospitais do Rio. Infelizmente, eles foram sucateados, abandonados e possuem processos com muitas irregularidades, e sofrem com falta de recursos humanos”, lamentou.
Segundo Nísia, há expectativa da chegada de tratamento de radioterapia no hospital de Andaraí, por exemplo. “Está em processo de avaliação, porque depende da aprovação de vários órgãos, mas está muito próximo de ser inaugurado no hospital”, afirmou. Sobre o hospital de Bonsucesso, por sua vez, Nísia disse que a situação era de “entristecer”. “Foram hospitais muito grandes, mas o de Bonsucesso, por exemplo, sofreu um incêndio em 2020 e foi muito deteriorado, com danos estruturais. E esses hospitais (federais) não funcionam em rede, por isso, nosso trabalho é integrar toda a rede do SUS no Rio de Janeiro”, disse.
Resultados
A ministra da Saúde também avaliou os resultados de um ano e oito meses de gestão. “O primeiro indicador de impacto positivo das ações realizadas é a retomada das coberturas vacinais. A primeira grande colheita das diversas políticas de reforço da Saúde da Família, por exemplo. Teremos, agora, a condecoração da medalha de Mérito Oswaldo Cruz voltada para esse tema”, disse.
Nísia defendeu que para dar conta dos desafios do SUS, é preciso pensar com sustentabilidade e resiliência o Sistema Único de Saúde. “Cada vez mais a saúde tem aumento de custos e precisamos estar trabalhando para dar sustentabilidade. Essa é uma das dimensões do complexo econômico de saúde e da importância desse reforço”, afirmou.