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Ministra defende projeto contra adultização: ‘Ausência de regulação mantém impunidade’

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, participou da comissão geral na Câmara para debater proteção a crianças na internet

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A ministra Silvio Almeida destaca a urgência de proteger crianças e adolescentes da violência digital.
  • Ela defende o Projeto de Lei 2.628 que aprimora regras contra o aliciamento de menores nas redes sociais.
  • A ausência de responsabilização das plataformas perpetua a impunidade e afeta a saúde mental dos jovens.
  • O projeto já tem urgência aprovada na Câmara e busca votar medidas concretas para a segurança no ambiente digital.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Ministra Macaé Evaristo defende projeto contra adultização Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados - 20.08.25

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, destacou nesta quarta-feira (20) a urgência de medidas para proteger crianças e adolescentes da violência digital.

Segundo ela, a ausência de regras e de responsabilização das plataformas perpetua a impunidade. “Todos estão expostos e sofrem com efeitos danosos”, alertou durante comissão geral na Câmara destinada a debater a proteção desse público em ambientes virtuais.


Macaé citou impactos na saúde mental, nos relacionamentos interpessoais e no senso de vida coletiva ao defender a aprovação do projeto que endurece normas contra o aliciamento de menores, visando impedir a “adultização” precoce.

Embora tenha reconhecido “o imenso potencial democrático e de acesso a direitos que o mundo digital pode trazer”, a ministra afirmou que esse espaço se torna um “massacre” quando não há regulação.


“A ausência de regras para proteger os mais frágeis inverte essa lógica, priorizando violência, ódio e lucro em detrimento da vida de nossas crianças”, declarou, classificando a proteção como um “imperativo moral e ético”.

Ao todo, 36 convidados, entre especialistas, autoridades e parlamentares, participam da comissão, realizada no plenário da Câmara. Ainda nesta quarta-feira, os deputados devem votar um projeto sobre o tema, após a aprovação do pedido de urgência na terça-feira (19).


A ministra argumentou que não existe contradição entre a defesa da liberdade de expressão e a necessidade de responsabilização das plataformas.

“Não combina com a luta por justiça social o argumento de que a liberdade de expressão está sob ameaça, pois temos sido testemunhas de um modo de socialização em que todos querem falar, mas quase ninguém quer escutar”, afirmou.


Oposição

Parlamentares oposicionistas defendem que a pauta não sirva de pretexto para censura nas redes sociais, sobretudo após o governo federal anunciar o envio de dois projetos de regulamentação dessas plataformas ao Congresso.

O líder da oposição na Câmara, deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), afirmou que o texto deve resultar do grupo de trabalho e não ser votado apressadamente.

“A oposição quer falar sobre o tema, debater, contribuir, aumentar as penas para os criminosos, mas não pode aceitar um projeto não trabalhado ser apreciado de afogadilho”, disse ao R7, ressaltando a “preocupação com a censura nas redes”.

Entenda o projeto

A proposta obriga produtos e serviços de tecnologia, como redes sociais, a adotarem mecanismos de prevenção ao uso por crianças e adolescentes quando não forem destinados a esse público.

Fornecedores e provedores deverão implementar medidas para coibir práticas como bullying, exploração sexual e padrões de uso capazes de induzir vícios ou transtornos.

Entre outras determinações, as plataformas terão de garantir proteção e privacidade dos dados de menores; restringir acesso a conteúdos impróprios para a idade — como violência, abuso sexual e jogos de azar — e adotar sistemas confiáveis de verificação etária.

No caso da publicidade digital, empresas não poderão realizar perfilamento ou análise emocional para direcionar anúncios a menores.

O governo federal definirá diretrizes a serem seguidas pelas plataformas, e infrações poderão gerar multas de até R$ 50 milhões por ocorrência, além de suspensão ou proibição de atividades. Os valores arrecadados serão revertidos ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente.

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