Ministro da Alemanha repete que país fará investimento ‘considerável’ em fundo de Lula, mas não cita valor
Chanceler alemão fez o mesmo comentário na semana passada; TFFF é a principal aposta do governo brasileiro na COP30
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, enviada especial a Belém
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O ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Jochen Flasbarth, reforçou nesta quarta-feira (12) que o país vai investir no fundo de conservação apresentado pelo Brasil na COP30, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) que discute a mudança climática.
Flasbarth, no entanto, não informou o valor exato e apenas afirmou que a contribuição será “considerável”, porque a Alemanha apoia a iniciativa.
O primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, fez declaração semelhante na semana passada, depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançar oficialmente o TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês) em Belém (PA).
A medida é a principal aposta do governo brasileiro para a COP30. O TFFF busca recompensar nações que mantêm suas florestas tropicais preservadas. Os aportes são tratados como investimentos, e não doações, já que existe a expectativa de retorno anual aos participantes.
Lula apresentou oficialmente o TFFF durante a Cúpula de Líderes da COP30. Segundo o governo, o fundo conta com o apoio de 53 países — sendo 20 potenciais investidores e 33 detentores de florestas tropicais.
Até o momento, quatro países, além do Brasil, confirmaram aportes financeiros, totalizando cerca de 5,7 bilhões de dólares (veja abaixo).
Apesar do número ainda limitado, o governo demonstra otimismo. A avaliação interna é de que o fundo “acabou de ser lançado” e demanda tempo para conquistar adesões.
O objetivo é alcançar 10 bilhões de dólares até o fim do próximo ano. Por enquanto, os valores foram apenas prometidos — nenhum recurso, de fato, foi aplicado.
Investidores confirmados:
- Brasil: 1 bilhão de dólares
- Noruega: 3 bilhões de dólares
- Indonésia: 1 bilhão de dólares
- Portugal: 100 milhões de euros (115 milhões de dólares)
- França: 500 milhões de euros (577 milhões de dólares)
Como funciona o TFFF
A meta do governo é captar US$ 10 bilhões em recursos públicos e privados e gerar US$ 4 bilhões por ano de retorno aos investidores. O fundo terá capital misto e oferecerá ações e títulos, com lucros repartidos entre países com florestas tropicais e os aplicadores.
Os valores serão repassados diretamente aos governos das nações com cobertura florestal. O Brasil propõe que 20% sejam destinados a povos indígenas e comunidades locais.
A contribuição será tratada como investimento, com retorno anual competitivo e devolução integral do valor após cerca de 40 anos. O Banco Mundial ficará responsável pela administração, supervisão fiduciária, transparência e pelo repasse de recursos.
As decisões do fundo terão participação proporcional de países com florestas e nações investidoras, além de especialistas e representantes da sociedade civil. A meta de manter o desmatamento abaixo de 0,5% será monitorada por satélites, e ações de reflorestamento serão registradas de forma contínua.
Aplicação
O governo brasileiro pretende alcançar os US$ 10 bilhões até o fim de 2026, período em que o país ainda presidirá a COP, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, estima que a iniciativa possa gerar US$ 4 bilhões anuais.
Segundo ela, o valor investido por países no TFFF pode ser até três vezes maior do que o total atualmente destinado a ecossistemas florestais.
A previsão é de pagamento de até quatro dólares por hectare preservado. Existe cerca de 1,1 bilhão de hectares de florestas tropicais em 70 países em desenvolvimento.
O fundo complementa programas de preservação e recuperação ambiental já existentes. A expectativa é de que 20% do capital venham de governos e 80%, de fontes privadas, como fundos de investimento e filantropia internacional.
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