Ministro da Educação diz que prioridade é acabar com defasagem na alfabetização
Em seu discurso, Camilo Santana disse que pretende retomar obras custeadas com recursos federais que estejam paradas
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O ministro da Educação, Camilo Santana, tomou posse nesta segunda-feira (2), em cerimônia na sede da pasta, em Brasília, e disse que a prioridade do governo é garantir a alfabetização na idade certa em todo o país. Segundo ele, 66% das crianças brasileiras sofrem de defasagem na leitura e na escrita, o que, segundo o ministro, interfere nas etapas educacionais seguintes.
"A prioridade é garantir alfabetização na idade certa. Assegurar as condições necessárias para que [as crianças] possam aprender os conteúdos de cada ano", prometeu o ministro.
Em um dos primeiros atos, o ministro disse ter determinado um estudo para viabilizar a retomada de "todas as obras de creche, escolas e outros equipamentos paralisados por todo o país por falta de repasses de recursos federais".
Durante o discurso de posse, Santana mencionou a missão de construir um novo plano nacional de educação, com a participação da sociedade e de especialistas. Ele ressaltou, ainda, a importância de um pacto federativo com estados e municípios.
A evasão escolar foi outro tema tratado. Santana destacou a necessidade de implementar uma política nacional de educação integral, como forma de tentar diminuir o número de crianças que deixam os estudos. "650 mil crianças abandonaram as escolas nos úlimos três anos", citou.
No âmbito da educação superior, o ministro prometeu recompor o orçamento das universidades, retomar o Fies e o Prouni e investir em ciência e tecnologia. "Um país que não investe em pesquisa está fadado ao fracasso", disse.
Camilo Santana é um dos ministros do novo governo que já tiveram o nome ligado a escândalos. Em 2011, quando era secretário das Cidades do Ceará, Santana foi citado no chamado "escândalo dos banheiros", esquema no qual a secretaria teria desviado milhões de reais que seriam utilizados na construção de sanitários populares.
Na época, o agora ministro negou as irregularidades. Ele se defendeu e alegou que os contratos foram assinados antes que ele tivesse assumido o posto.