Moraes converte prisão em flagrante de Valdemar Costa Neto em preventiva
Ministro do STF deu 24h para PGR se manifestar sobre pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa do presidente do PL
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
Nesta sexta-feira (9), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, ordenou a conversão da prisão em flagrante do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, em prisão preventiva. Além disso, concedeu um prazo de 24 horas para que a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifeste sobre o pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa. Moraes também decidiu manter as prisões preventivas de Filipi Garcia, Marcelo Costa Câmara e Rafael Martins de Oliveira.
Segundo a PF, o grupo investigado teria se dividido em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
Após uma perícia realizada pela PF, foi confirmado que o material encontrado na residência de Valdemar Costa Neto é uma pepita de ouro. Além disso, os agentes também encontraram uma arma na casa do dirigente partidário, que supostamente seria de seu filho.
A Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal, cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e 4 de prisão preventiva em nove estados e no Distrito Federal na última quinta-feira (8). A investigação apura a suposta organização de um golpe de Estado em 2022 em favor do então candidato derrotado e ex-presidente Jair Bolsonaro, com a participação de ex-assessores, militares e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Minuta de golpe com Bolsonaro
A minuta de golpe encontrada na sala do ex-presidente Jair Bolsonaro no prédio do Partido Liberal, em Brasília, nessa quinta-feira (7), foi enviada por um advogado dele, de acordo com a defesa. O material foi achado durante a operação da PF que mirou Bolsonaro e aliados.
Em nota, a defesa argumenta que, quando os celulares do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente-coronel Mauro Cid foi apreendido, em 2023, "foram localizados arquivos do que seriam possíveis minutas de decretos de Estado de Sítio ou de GLO [Garantia da Lei e da Ordem]" e que o conteúdo foi enviado para que Bolsonaro "pudesse tomar conhecimento do material dos referidos arquivos".
O advogado "encaminhou os arquivos diretamente para o celular de seu cliente [Bolsonaro] no dia 18 de outubro de 2023" e "a fim de facilitar a leitura do texto, o ex-presidente fez a impressão em papel do referido arquivo", diz a defesa.
A impressão provavelmente permaneceu no local da diligência de busca e apreensão havida na data de hoje, que alcançou inclusive o gabinete do ex-presidente, razão porque lá foi apreendido. Trata-se, portanto, de documento que já integrava a investigação há tempos e cujo acesso foi dado ao ex-presidente por seu advogado, vez que, repita-se desconhecia, até então, sua existência e conteúdo.