Moraes dá 48 horas para que ministro da Justiça e governador se manifestem sobre vandalismo
O ministro do STF cobra informações sobre medidas tomadas pelas forças de segurança para tentar conter protestos em Brasília
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília, e Clébio Cavagnolle, da Record TV
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu um prazo de 48 horas para que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), se manifestem sobre os atos de vandalismo registrados na área central de Brasília na noite de segunda-feira (12).
Moraes cobrou dos dois informações sobre as medidas tomadas pelas forças de segurança em relação aos fatos ocorridos na capital federal. Durante os protestos, manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal e incendiaram ao menos sete veículos e quatro ônibus. Ninguém foi preso.
Os vândalos ainda quebraram as janelas de diversos carros com pedras. Um grupo continuou perto da sede da Polícia Federal, mesmo com a chegada da Polícia Militar do DF, que reagiu com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
Os atos de segunda-feira aconteceram em protesto à prisão do indígena José Acácio Tserere Xavante. Nos últimos meses, Tserere tem questionado o resultado das eleições deste ano e incentivado a prática de atos de violência contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e autoridades do Judiciário.
O mandado de prisão do indígena foi expedido por Moraes a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), comandada por Augusto Aras. A prisão tem o prazo inicial de dez dias e é baseada na suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos. A decisão se fundamentou na necessidade de garantia da ordem pública. Há, segundo o STF, indícios da prática dos crimes de ameaça, perseguição e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.
De acordo com a Polícia Federal, Xavante teria realizado manifestações antidemocráticas em diversos locais de Brasília. Ao pedir sua prisão temporária, a PGR declarou que o indígena vem se utilizando de sua posição de liderança para arregimentar indígenas e não indígenas para que cometam crimes.