Morre Luiz Orlando Carneiro, jornalista referência na cobertura jurídica
Carneiro tinha 84 anos e atuou por quase três décadas como setorista do Supremo Tribunal Federal; ministros lamentam morte
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
Decano da cobertura jurídica brasileira, o jornalista Luiz Orlando Carneiro morreu, aos 84 anos, nesta quarta-feira (11). Conhecido pelos colegas como Luiz O., o repórter foi setorista do Supremo Tribunal Federal (STF) por quase 30 anos e trabalhou na cobertura de informações sobre a Corte até as últimas semanas de vida.
Ministros do Supremo lamentaram a morte do jornalista. A presidente do STF, a ministra Rosa Weber, disse que "o jornalismo perde uma grande referência e um profissional que sempre será exemplo para as próximas gerações". Weber ainda destacou que Luiz O. retratou os trabalhos do STF "sempre com respeito à Corte e seus integrantes, levando a informação correta aos brasileiros".
O ministro Gilmar Mendes também publicou uma mensagem de pesar. "Seu uso elegante do vernáculo, o domínio do campo jurídico e a assertividade na análise vão fazer muita falta ao jornalismo. Sua personalidade afável, o largo conhecimento humanístico e a sofisticada cultura jazzística farão mais falta ainda ao Brasil", escreveu.
Além de jornalista, Luiz foi um dos fundadores do Clube de Jazz e Bossa. Amante da música, ele se revezou entre as matérias jornalísticas e o jazz, tendo escrito livros sobre o tema entre 1982 e 2000.
Carneiro começou a atuar como jornalista em 1958, quando foi repórter-estagiário no Jornal do Brasil. Ele fez carreira na empresa, tendo sido chefe de reportagem, editor de notícias, chefe de redação, chefe da sucursal em Brasília e diretor regional. Desde 2014, ele trabalhava para o site Jota, cobrindo o STF. No jornal ele também assinava uma coluna sobre jazz.
Mais homenagens
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também divulgou uma mensagem em homenagem a Carneiro. "Foi um exemplo de dedicação, competência e seriedade profissional", destacou o tribunal, completando que Luiz O. "foi testemunha e protagonista das transformações que colocaram a Justiça na pauta diária da imprensa nacional".
O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, manifestou os sentimentos aos familiares e amigos do jornalista. "Profissional respeitado e admirado pelos colegas de profissão e por toda a comunidade jurídica, sempre se pautou pela elegância e cortesia no trato com suas fontes de informação e com todos os que tiveram a sorte de com ele conviver", escreveu.