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R7 Brasília

Motorista do ônibus que tombou no DF e deixou 5 mortos é preso junto com o pai, dono da empresa

Veículo clandestino estava sendo escoltado pela ANTT; condutor tentou fugir, bateu na traseira de uma caminhonete e capotou

Brasília|Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília


O motorista de ônibus Felipe Alexandre Gonçalves Henriques, de 32 anos, foi preso na noite deste sábado (21) juntamente com o pai e dono da empresa de transporte proprietária do veículo clandestino, Alexandre Henriques Camelo, de 56 anos. Eles são suspeitos de serem os responsáveis pelo tombamento que deixou pelo menos 5 mortos e 18 feridos em Ceilândia (DF).

Segundo o delegado Josué Pinheiro, da 12ª Delegacia de Polícia Civil, responsável pelo caso, o pai teria ido de carro até o posto da PRF onde o ônibus foi parado pela fiscalização e incentivado o filho a fugir da ANTT. O veículo, que transportava 32 passageiros, partiu do Maranhão.

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A caminhonete em que o ônibus bateu antes de capotar pertence a um fazendeiro de São Félix do Xingu (PA), que visitava a filha, uma estudante de medicina, em Brasília. Ele foi liberado depois de prestar depoimento, conta Pinheiro. "Veio voluntariamente e esclareceu que quem bateu nele foi o ônibus", relata o delegado.

O R7 tenta contato com a defesa do pai e do filho.


Passageiros desesperados

"A gente gritou que estava [rápido] demais, mas já tinha feito a curva ali. E sorte a nossa que tinha aquela vala. Senão, nós tínhamos morrido. Se ele tivesse passado direto, a gente teria descido aquele barranco", relata a passageira Sebastiana Rosa de Oliveira, de 62 anos.

"Não sabíamos que era clandestino, diziam que tinha legalizado", afirma. Segundo ela, a passagem custou R$ 300. Veja o vídeo abaixo, que mostra o momento do acidente:


ANTT

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o ônibus teria sido parado em um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por fiscais da ANTT, que verificaram que o veículo não tinha autorização para rodar. Ele foi liberado sob escolta de uma viatura da agência para ir até a rodoviária de Taguatinga (DF), de modo que os passageiros pudessem desembarcar.

O motorista, no entanto, tentou fugir. A pista estava molhada por causa da chuva. Por volta das 17h, em Ceilândia (DF), ele bateu na traseira de uma caminhonete, perdeu o controle e tombou no canteiro central.

Três homens que se revezavam na direção do ônibus foram detidos no local e encaminhados à Polícia Civil do DF — entre eles, Felipe Alexandre Gonçalves Henriques, que estaria dirigindo na hora do acidente.

Em nota, a ANTT lamentou o ocorrido e disse que vai fornecer as informações necessárias para apoiar as investigações. Afirmou também que não houve perseguição e que, durante a fiscalização no posto da PRF, foi constatado que o veículo estava "sem seguro e com os pneus carecas". Leia a íntegra do texto divulgado pela agência:

"A Agência Nacional de Transportes Terrestres lamenta e expressa solidariedade aos familiares das vítimas do acidente envolvendo um ônibus neste sábado (20) na BR-070, no Distrito Federal, e esclarece que fornecerá todas as informações necessárias às autoridades de segurança pública para apoiar as investigações.

A ANTT informa que o veículo de placa JHN 2973 não possui autorização para transporte interestadual de passageiros, sendo considerado um serviço clandestino. O ônibus foi abordado no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), onde a corporação e fiscais da ANTT constataram a situação irregular do transporte. Como procedimento-padrão neste tipo de situação de flagrante, o veículo é escoltado até o terminal rodoviário mais próximo, onde é efetivamente apreendido, e os passageiros podem seguir viagem por linha regular, sob responsabilidade de custa da empresa infratora.

O acidente ocorreu quando o motorista do ônibus, que estava sendo escoltado por uma viatura da ANTT até o Terminal Rodoviário de Taguatinga, tentou empreender uma fuga na BR-070. A Agência esclarece que, em nenhum momento, houve perseguição por parte da equipe da Agência. Na fiscalização no posto da PRF, além de constatar a falta de autorização para transporte, foi identificado que o veículo estava sem seguro e com os pneus carecas.

Vale destacar que, nas empresas outorgadas pela Agência, quando ocorrem acidentes, existe a obrigação de comunicação dos fatos, e, dependendo da causa, são abertos procedimentos para verificação das condições de segurança."

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