MPF diz que há indícios de inserção de dados falsos sobre vacinação de Bolsonaro e envia caso ao STF
O crime teria ocorrido em um posto de saúde de São Paulo, em 2021; o processo inclui prints do sistema do Ministério da Saúde
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por "inserção criminosa de dados falsos" de vacinação dele em sistemas do governo federal. O crime teria ocorrido em um posto de saúde de São Paulo, em 2021. Para a instituição, há "indícios suficientes" do cometimento do ato.
De acordo com o documento a que o R7 teve acesso, o procurador da República Alexandre Jabur afirma que "a materialidade dos fatos está bem delimitada, na medida em que foram juntados os prints do sistema que comprovam as declarações das testemunhas".
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"Sobre fatos similares — entenda-se inserção de dados inverídicos da vacinação de Jair Messias Bolsonao em sistema de informação do Ministério da Saúde — e muitos outros fatos supostamente delituosos, foi deflagrada operação pela Polícia Federal no início de maio de 2023, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão e prisão preventiva. O fato é público", diz.
Investigação paralela
Em maio, ao autorizar uma operação da Polícia Federal sobre o mesmo assunto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ser "plausível" a linha de investigação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da inserção de dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde.
Foram presos Mauro Cid e Luis Marcos dos Reis, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro; Max Guilherme de Moura e Sergio Cordeiro, seguranças do ex-presidente; Ailton Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro em 2022; e João Carlos de Souza Brecha, secretário da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ).
De acordo com a Polícia Federal, as inserções falsas foram feitas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. O crime teria sido praticado para burlar restrições sanitárias e viajar para países como os Estados Unidos, que então exigiam vacinação para a entrada no país. As informações foram excluídas posteriormente.
À época, o ex-presidente afirmou que não existe adulteração por parte dele no documento de vacinação e reafirmou não ter tomado o imunizante por "decisão pessoal".