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MPF e DPU pedem que União seja condenada em R$ 50 milhões por desestruturar Funai

Se o pedido for aceito, o valor deve ser repassado para políticas de proteção aos povos indígenas e suas terras

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

Terra Indígena Vale do Javari, localizada na região da Amazônia
Terra Indígena Vale do Javari, localizada na região da Amazônia Terra Indígena Vale do Javari, localizada na região da Amazônia

A Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público Federal (MPF) ingressaram com um pedido para que a União seja condenada a pagar multa de R$ 50 milhões por desestruturar a Fundação Nacional do Índio (Funai) e pela falta de proteção a indígenas na região do Vale do Javari, no Amazonas.

A região é a mesma onde foram assassinados o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips. Caso a condenação seja acolhida pela Justiça, a DPU e o MPF pedem que "o montante seja revertido em proveito dos povos indígenas isolados e aqueles de recente contato, por meio de repasse à Funai, com a apresentação de projeto e cronograma feito pelo órgão indigenista para sua execução".

O pedido foi incluído em uma ação que tramita na Justiça desde 2018. A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) participa do julgamento como amicus curiae (amigos da corte), podendo auxiliar com informações e dados à decisão do Poder Judiciário.

O relatório aponta que faltam recursos humanos, técnicos e financeiros para garantir a proteção dos povos indígenas e suas terras. “Todos os problemas estavam narrados e documentados na inicial e nos elementos que a acompanhavam. Todos os riscos oriundos do enfraquecimento das bases já eram de conhecimento da União e da Funai. Infelizmente, nada foi feito”, destacam as instituições em um trecho do documento.

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No dia 14 de junho deste ano, a Justiça determinou que o governo federal garanta a segurança dos servidores da Funai na região e de comunidades tradicionais.

O documento aponta que os problemas na localidade existem e foram denunciados muito antes das mortes do indigenista e do jornalista. “O indigenista e o jornalista referidos são a face mais recente e trágica do cenário esmiuçado na inicial da presente demanda. Eles deram a vida para registrar e enfrentar as ameaças que os territórios indígenas e seus povos sofriam. Lutaram por essa causa e por ela morreram”, completam.

O R7 entrou em contato com a Advocacia-Geral da União para comentar o pedido e aguarda retorno.

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