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MST coloca aliança de lado e aposta em ‘pressão ao governo federal’ por reforma agrária

Movimento diz que ‘ameaça à nossa soberania popular e nacional também tem vindo de dentro do próprio país’

Brasília|Do R7, em Brasília

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MST promete manifestações pela reforma agrária nesta semana MST/Rio Grande do Norte/Divulgação - 17.03.2025

Com manifestações previstas em todo o país, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) intensifica nesta semana a cobrança por avanços na política de redistribuição de terras. E o governo federal, mesmo com Luiz Inácio Lula da Silva como aliado histórico, será o principal alvo de protestos.

A mobilização coincide com o acirramento das tensões entre Brasil e Estados Unidos, após o ex-presidente norte-americano Donald Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos agrícolas brasileiros.


O movimento critica o que considera omissão do governo federal na execução da reforma agrária e, ao mesmo tempo, expressa apoio ao discurso oficial em defesa da soberania nacional.

“No entanto, a ameaça à nossa soberania popular e nacional também tem vindo de dentro do próprio país, com a subordinação da nossa agricultura às empresas transnacionais e com as ações do Poder Legislativo, representante dos interesses do agronegócio e da mineração”, critica a organização.


Jaime Amorim, integrante da direção nacional do MST, a ausência de desapropriações e a demora na execução de políticas públicas comprometem o assentamento de mais de 65 mil famílias acampadas.

“Estamos nas ruas para defender a soberania, não só contra ofensivas vindas do exterior, mas também contra o controle do território por grandes corporações e a paralisia do Estado”, afirmou.


Aliança histórica sob pressão

Mesmo diante da aliança histórica com Lula, o MST cobra urgência. “Chegamos a um ponto em que as famílias acampadas não têm resposta. A estrutura do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Incra não dá conta da demanda”, diz trecho do manifesto.

Além da distribuição de terras, o movimento aponta falta de verbas para programas voltados à produção agrícola, educação no campo e infraestrutura básica nos assentamentos. Jovens sem acesso ao ensino superior e escolas rurais ameaçadas de fechamento também aparecem entre as queixas.


Dados da Associação Brasileira de Reforma Agrária indicam que, desde o início do atual mandato, somente 3.353 famílias foram alocadas em novas áreas. O número representa menos de 6% da meta prometida por Lula ao movimento.

A mobilização, chamada de Semana Camponesa, reúne atos simbólicos e ações diretas nas cinco regiões do país, reforçando pautas históricas como moradia, crédito rural e combate à desigualdade fundiária.

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