Na CPMI, Marcos do Val ataca Dino e lê mensagem que teria enviado a Moraes
Senador é um dos membros da comissão que investiga os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
Durante a reunião da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) criticou a autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para uma operação de busca e apreensão em endereços ligados a seu nome e afirmou que o ministro da Justiça, Flávio Dino, usa "a polícia como política".
"Eu tinha apresentado um vídeo dele [Flávio Dino], na terça. Coincidentemente, a PF fez isso [a operação em Brasília e no Espírito Santo] na quinta", afirmou.
Ainda segundo Do Val, os policiais estavam atrás de um pen drive laranja, mas não conseguiram encontrá-lo. "Então eles não acharam nada, nada. Só levaram pen drives antigos", completou.
O senador ainda afirmou que a operação expôs os demais parlamentares, que podem ser "monitorados" por meio das mensagens do celular apreendido durante a operação da PF.
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Na quinta-feira (15), agentes da PF cumpriram três mandados de busca e apreensão em endereços do parlamentar, incluindo o gabinete no Senado. As autorizações foram expedidas por Moraes. Na ocasião, foram apreendidos documentos digitais e físicos, além do celular funcional do senador, um computador e uma arma, que é legalizada. Também por ordem de Moraes, o Twitter bloqueou a conta do senador.
Reunião
Em seguida, Do Val voltou a dizer que a operação foi uma "perseguição" de Moraes contra ele. "Moraes não seguiu o que a PGR deferiu. A PGR negou todos os pedidos. Foi uma coisa feita rápido para pegar no dia do meu aniversário. Foi esdrúxula."
Segundo o senador, a denúncia não citaria supostas conversas entre o parlamentar e o ministro do STF. "A todo momento que eu conversei com o Daniel [Silveira], eu imediatamente reportava ao ministro", ressaltou.
Marcos do Val se refere a uma reuião com o ex-deputado Daniel Silveira, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual Silveira teria pedido a ele que participasse de um plano para gravar uma conversa com Moraes que levaria à anulação das eleições e à prisão do magistrado.
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Do Val também afirmou que "não iria na reunião se o ministro não tivesse solicitado". O senador leu uma mensagem que teria sido enviada ao ministro após a reunião em que afirma que Daniel Silveira seria o único a se movimentar para fazer com que Alexandre de Moraes perdesse o posto no STF.