‘Não há sentido em falar de anistia’, diz Gilmar Mendes ao comentar tentativa de golpe
Ministro também afirmou ser ‘aburdo’ afastar Moraes da relatoria do inquérito dos atos extremistas por ter sido alvo de investigados
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse nesta quinta-feira (21) que “não faz sentido algum sequer falar em anistia diante da gravidade dos delitos que estão sendo ainda investigados” pela operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado. A corporação prendeu na última terça-feira (19) quatro militares do Exército e um policial federal que planejavam assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
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Sobre os questionamentos quanto a competência de Moraes para relatar um caso no qual ele seria alvo de tentativa de assassinato, Gilmar Mendes disse que seria “absurdo” afastar Moraes por esse motivo. “Desde sempre, o ministro Moraes tem sido o relator desse processo e por isso passou a ser vítima desses ataques. Seria absurdo afastá-lo, por isso, em um tribunal de apenas 11 ministros”, afirmou a jornalistas durante evento da Associação Brasileira de Planos de Saúde.
Mendes lembrou que os suspeitos tinham como alvo o presidente da República, o vice-presidente e outros ministros. “Seria muito fácil emendar o impedimento do tribunal inteiro dizendo que todos eram alvos de ataques. Muitos de nós certamente fomos alvos de ataque, então não faz nenhum sentido, na verdade se trata de uma prova auto criada”, acrescentou.
Planejamento de execução
O plano encontrado pelos policiais federais era o de matar o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin para que a chapa não tomasse posse em 1° de janeiro de 2023.
O ministro Alexandre de Moraes, à época presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) também estava na lista das autoridades que deveriam ser assassinadas. Não está claro o motivo que o plano não foi levado adiante.
Lula, Alckmin e Moraes, eram chamados pelos codinomes Jeca, Joca e Professora, respectivamente. O plano também tinha mais um alvo, chamado de “Juca”, que não foi identificado pelos investigadores.