Nos Emirados Árabes, Lula participa da COP28 nesta sexta e se reúne com chefes de Estado
Presidente vai defender o protagonismo do Brasil na transição mundial em direção a uma economia limpa e renovável
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta sexta-feira (1º) da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A agenda oficial prevê também reuniões com chefes de Estado e autoridades globais de nações como Espanha, Índia, Israel, Guiana, Cuba, França e Etiópia.
Agenda de Lula em Dubai
Na agenda, Lula vai defender o protagonismo do Brasil na transição mundial rumo a uma economia limpa e renovável. O presidente também vai cobrar dos países ricos um compromisso efetivo de combate à crise ambiental, ao mesmo tempo que vai defender uma proposta de remuneração, por parte das nações desenvolvidas, àqueles que possuem florestas.
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Lula afirmou, porém, que a discussão na COP28 pode não ser decisiva.
Eu acho que a discussão que se vai dar na COP ainda pode não ser decisiva%2C mas acho que nós vamos ter que mudar o jogo para que as pessoas aprendam que o planeta não está brincando%2C que o planeta está avisando%3A 'Cuidem de mim porque senão vocês que vão perder'. E o ser humano não pode continuar sendo irracional%2C não pode ser o único animal vivo a destruir o seu habitat natural.
A declaração foi dada em Doha, no Catar, nesta quinta-feira (30). Durante a entrevista, o presidente sinalizou negativamente quando questionado sobre a possibilidade de chegar a um acordo sobre a promessa, feita pelos países ricos, de alocar US$ 100 bilhões aos países mais pobres para que se adaptem à mudança climática.
"Eu não acredito. Eu, sinceramente, acho que é preciso, primeiro, que as lideranças políticas do mundo tomem decisões mais corajosas e mais rápidas. Nós precisamos ter uma governança global para cuidar do planeta, porque, se você tomou uma decisão qualquer em benefício do mundo, e ela precisa ser votada internamente pelo seu Congresso Nacional, significa que ninguém vai cumprir", argumentou Lula.
O principal desafio da COP28 será aprovar o primeiro balanço global do Acordo de Paris. Trata-se de um processo criado para avaliar a resposta do mundo à crise climática a cada cinco anos.
Em 2015, durante a COP21, na capital francesa, chegou-se ao consenso de que era preciso limitar o aquecimento global a 1,5°C. Para isso, cada país signatário estabeleceu metas próprias de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE), chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês).
"A NDC brasileira, atualizada em 2023, estabelece que o Brasil deve reduzir as suas emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030, em relação às emissões de 2005. Além disso, em 2023, o Brasil reiterou o compromisso de alcançar emissões líquidas neutras até 2050, ou seja, tudo que o país ainda emitir deverá ser compensado com fontes de captura de carbono, como plantio de florestas, recuperação de biomas ou outras tecnologias", disse, em nota, o Palácio do Planalto.
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Confira abaixo a previsão da agenda oficial de Lula em Dubai:
Sexta-feira (1º) (horário local, sete horas a mais em relação a Brasília)
• 10h30: evento de boas-vindas às delegações da COP28
• 10h40: encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak
• 11h45: sessão de Abertura da Presidência da COP28
• 13h: reunião com o presidente do Estado de Israel, sr. Isaac Herzog
• 13h30: primeira sessão do Segmento de Alto Nível para Chefes de Estado e de Governo
• 14h30: reunião com Secretário-Geral da ONU, António Guterres
• 15h20: reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
• 17h: reunião com o presidente do governo do Reino da Espanha, Pedro Sánchez
• 18h30: visita ao Pavilhão do Brasil na COP28
• 19h: reunião com o presidente da República Cooperativa da Guiana, Mohamed Irfaan Ali
• 19h30: cerimônia de Entrega do Prêmio Zayed de Sustentabilidade
Sábado (2)
• Evento de diálogo com a sociedade civil
• Visita ao estande da CNI, do Senai e do Sesi
• Reunião com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel
• Reunião do G-77+China sobre Mudança do Clima
• Evento sobre florestas: "Protegendo a natureza para o clima, vidas e subsistência"
• Almoço de trabalho com o presidente da França, Emmanuel Macron
• Segmento dos líderes: "Acelerando uma transição energética justa, equitável e ordenada"
• Reunião com o presidente da União Africana, Moussa Faki
• Reunião com o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali