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Novo e Avante mantêm bancada após janela partidária

Partido que mais perdeu foi União Brasil, enquanto o que mais ganhou foi o PL, do presidente Jair Bolsonaro

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Plenário da Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara dos Deputados Plenário da Câmara dos Deputados

Os partidos Novo e Avante continuam com oito deputados cada após o período da janela partidária, que se encerrou no último sábado (2). A janela partidária, que teve início em 3 de março e foi até a última sexta-feira (1º), é um período previsto no calendário eleitoral no qual deputados federais, estaduais e distritais podem trocar de partido para concorrer às eleições sem o risco de perder o mandato.

Líder do Novo na Câmara, Tiago Mitraud (MG) justifica a falta de adesão, porque diz que a sigla tem "princípios claros". "A forma de atuação nossa é explícita. São pouquíssimos, realmente, os deputados que se enquadram na prática que o Novo tem", disse.

Apesar do cenáiro, o líder é otimista e acredita que a legenda vai dobrar o número de deputados federais nas eleições deste ano. "Nosso foco, como nas eleições anteriores, é eleger pessoas que nós já sabemos que têm alinhamento aos pricípios do Novo e ainda não estão na Câmara", afirmou.

O partido que mais cresceu foi o PL, no qual o presidente Jair Bolsonaro é filiado. Em 2019, o partido tinha 33 deputados federais. Com a fusão do PSL com o DEM e a criação do União Brasil, o PL já tinha atraído deputados federais alinhados ao presidente. Após a abertura da janela, a legenda ganhou 40 parlamentares na Câmara Federal, indo para 73 deputados.

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Outros dois partidos do chamado Centrão, grupo que dá sustentação política ao presidente, também tiveram aumento significativo: PP e Republicanos. O Progressistas saiu de 42 para 55 deputados. A legenda é liderada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e é também a sigla do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL). O Republicanos abriga a base evangélica e é presidido pelo deputados Marcos Pereira (SP). O partido tinha 33 deputados e passou de 45. 

A janela

O prazo de 30 dias da janela integra o calendário eleitoral deste ano e está previsto na Lei das Eleições, de 1997. A regra específica, relativa à fidelidade partidária, foi redefinida por meio da reforma eleitoral de 2015, mas já existia uma decisão nesse sentido do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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Caso um deputado ou vereador troque de partido sem justa causa, a legenda poderá pedir que esse parlamentar perca o mandato. O entendimento é que o mandato é do partido, não da pessoa que foi eleita.

A lei considera três possibilidades como justa causa para a desfiliação partidária: "mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; grave discriminação política pessoal; e mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente". Essa última é a janela partidária.

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Foi decidido pelo tribunal que a janela só vale para o candidato que está no fim de mandato. Ou seja, um deputado não pode usar a janela partidária das eleições municipais e um vereador não pode usar a janela das eleições gerais.

Assim, o deputado ou vereador que troca de partido fora do período da janela precisa apresentar uma justa causa. Um caso recente é o da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), eleita em 2018. No ano passado, o TSE decidiu que ela poderia deixar o PDT sem risco de perder o mandato. Tabata havia solicitado, em outubro de 2019, que o tribunal reconhecesse como justa causa a “grave discriminação política pessoal” para que ela pudesse deixar a legenda.

O pedido foi feito depois que ela e outros sete deputados do PDT votaram contra a reforma da Previdência, contrariando a orientação da legenda. O partido alegou infidelidade partidária e abriu processo interno contra ela. A deputada alegou que, depois da votação, ela passou a ser perseguida, teve atividades suspensas por 90 dias e foi proibida de ocupar cadeira em comissões.

No julgamento, os ministros entenderam que a discriminação sofrida por ela poderia ser considerada justa causa, e a deputada pôde trocar de partido, indo para o PSB.

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