Lula diz que 'o reconhecimento de um Estado palestino viável é a única solução possível' para conflito
Declaração sobre guerra no Oriente Médio foi feita durante reunião extraordinária do Brics mais países convidados nesta terça-feira
Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (21) que o reconhecimento do Estado da Palestina é a única solução possível diante do conflito com Israel. O chefe do Executivo argumentou em favor de evitar que a guerra atinja outros países. Segundo Lula, o conflito decorre também da ausência de um lar seguro para o povo palestino. O R7 aguarda um posicionamento da Embaixada de Israel sobre as falas do presidente brasileiro.
"É fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino. O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível. Precisamos retomar com a maior brevidade possível o processo de paz entre Israel e Palestina", disse Lula.
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A declaração foi feita durante discurso na Cúpula Virtual Extraordinária do Brics para tratar da situação emergencial em Gaza. Participaram Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã.
Lula afirmou ainda que é preciso "atuar para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos". O presidente lembrou que o impasse ocorre há muito tempo. "Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustação e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino".
Lula falou também da atuação do Brasil à frente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. "O Brasil não poupou esforços em favor do tratamento da emergência humanitária, da contenção da atual escalada e da retomada de uma solução duradoura para o conflito. Propusemos uma resolução que contou com o apoio da maioria dos membros, mas que infelizmente foi objeto de veto de um dos membros permanentes. A paralisia do Conselho é mais uma demonstração da urgência da sua reforma”, criticou.
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"Só em 15 de novembro último, mais de 40 dias depois do início dos conflitos, o Conselho de Segurança finalmente aprovou uma resolução que foca em um dos objetivos mais essenciais de toda ação humanitária: a proteção de crianças. Neste momento, o desafio é fazer com que a trégua humanitária determinada pela resolução seja implementada imediatamente. Novamente, a credibilidade das Nações Unidas está em jogo", completou.
Em outro momento de seu discurso, Lula cita que os inocentes "pagam o preço pela insanidade da guerra". "O elevado número de mortos – mais de 12.000 pessoas, sendo 5.000 crianças – nos causa grande consternação. Há ainda 29.000 feridos e 3.750 desaparecidos, dos quais muitos são crianças. Como bem disse o Secretário-Geral da ONU, Gaza está se tornando um cemitério de crianças. Além disso, ao menos 1,6 milhão de pessoas – cerca de 70 % da população de Gaza – tiveram de abandonar suas casas, sem perspectiva de retorno."
Negociações para liberar reféns
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira (21) que as negociações com o grupo terrorista Hamas para a libertação dos reféns detidos em Gaza estão "avançando". "Estamos avançando. Não creio que seja útil falar muito [...], mas espero que em breve tenhamos boas notícias", declarou em uma base militar no norte do país, aludindo às discussões que ocorrem com a mediação do Catar, do Egito e dos Estados Unidos.

