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Ofício caseiro: 93% das empresas de ônibus interestaduais têm gestão familiar

Estudo da CNT revela perfil das empresas de transporte rodoviário interestadual de passageiros

Brasília|Do R7, em Brasília

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Durante o Carnaval , a Rodoviária Interestadual recebeu 45 mil passageiros
Durante o Carnaval , a Rodoviária Interestadual recebeu 45 mil passageiros

As férias estão chegando. Alguns vão enfrentar filas em aeroportos. Outros, as revisões de carros em um mecânico da cidade. E ainda há aqueles que terão o desafio de rodar pelas estradas brasileiras de ônibus. Nesse último caso, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou estudo com dados que ajudam a construir um perfil do setor.

Uma das informações que mais chama atenção é sobre empresas de transporte rodoviário interestadual de passageiros no Brasil: a maior é gerida por famílias. Mais exatamente, 93,3% das empresas. Tem mais: 73,8% têm administração da segunda ou terceira geração.


Como são administradas as empresas de ônibus interestaduais no Brasil CNT/Divulgação

“A gestão interna de uma mesma família tende a preservar os valores, a cultura e a tradição da organização. No entanto, essa abordagem pode enfrentar desafios em termos de inovação e adaptação às rápidas mudanças do mercado, especialmente quando faltam a profissionalização e a capacitação formal dos gestores", descreve o relatório da CNT.

Até por isso, a pesquisa revela que 82,2% das empresas têm mais de 20 anos de mercado. Ou seja, a gestão familiar reflete a tradição do transporte rodoviário interestadual. Além disso, 84,4% dessas empresas atuam em outras modalidades, com destaque para o transporte de cargas, escolhido por 52,6% dos entrevistados.


Tomadas de decisão

O levantamento, realizado com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), abrange empresas de diferentes tamanhos e regiões, responsáveis por movimentar mais de 90% dos passageiros do setor.

“Os dados são cruciais para que os empresários tomem decisões estratégicas, aprimorando seu posicionamento em um ambiente competitivo e alinhado aos critérios de sustentabilidade econômica, social e ambiental", aponta Vander Costa, presidente da Sistema Transporte.


Uma preocupação importante, uma vez que, nos últimos anos, a participação do transporte aéreo no segmento interestadual aumentou, representando 75,6% em 2022, enquanto o rodoviário ficou com 24,4%.

Ele chama atenção também do aumento de 2,3% no serviço regular de transporte interestadual em 2023, com relação ao ano anterior. Foram cerca de 43 milhões de pessoas atendidas. Para Costa, isso mostra a relevância dos serviços prestados pelas empresas.


A própria modernização é uma questão importante levantada pela pesquisa: 95,6% das empresas oferecem vendas online.

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Os desafios enfrentados

Segundo o estudo, apesar dos avanços tecnológicos, o segmento enfrenta altos custos operacionais e concorrência desleal de serviços irregulares, muitas vezes associados a novas tecnologias.

Confira alguns problemas apontados pelos donos de empresas:

  • Transportadoras enfrentam dificuldades na contratação de profissionais, especialmente motoristas (84,4%) e mecânicos/manutenção (73,3%)
  • As empresas também relatam prejuízos significativos com vandalismo e incêndios em suas frotas, com 37,5% registrando mais de 50 casos de depredação no último ano
  • Os custos operacionais são elevados, com destaque para combustível (33,3%) e mão de obra (31,9%)
  • A manutenção dos veículos é o maior desafio, citado por 86,7% das empresas, seguido pela necessidade de renovação da frota para reduzir o consumo de diesel e a emissão de poluentes. Isso porque a frota é majoritariamente composta por ônibus movidos a diesel (99,98%), com uma pequena presença de veículos elétricos (0,02%).

Existe uma tentativa de fazer com que a sustentabilidade se torne uma prioridade. Tanto que as empresas apontaram ações ambientais focadas no monitoramento do uso de combustível (71,1%) e água (68,9%). Curiosamente, eles dizem que a mistura de biodiesel no diesel fóssil, que poderia ser uma solução, é vista como problemática: 49% das empresas relatando problemas relacionados ao biodiesel.

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