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Oito policiais envolvidos na blitz que terminou em morte em Brasília estão afastados

Coronel responsável afirma que o afastamento faz parte do 'rito processual estabelecido para esse tipo de apuração'

Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Afastamento faz parte do 'rito processual', diz PM
Afastamento faz parte do 'rito processual', diz PM Afastamento faz parte do 'rito processual', diz PM

Oito dos 15 policiais que participaram da blitz na madrugada deste domingo (29) em Brasília, que terminou com a morte do passageiro de um carro de luxo que tentou fugir, estão afastados. O coronel Edvã Sousa, chefe do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), afirmou em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (30) que o afastamento faz parte do processo de apuração.

"Hoje eles estão afastados justamente para poder preservar a questão psicológica deles, não por serem investigados", afirma. O coronel diz que isso faz parte do "rito processual estabelecido para esse tipo de apuração".

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Sousa acrescenta ainda que os militares agiram no que era "necessário" para proteger a população e "conter o risco" que o veículo poderia representar. "Ele jogou o carro contra um militar, furou o bloqueio, desobedeceu à ordem de parada. Tudo isso é uma série de eventos crescentes que faz com que a reação da PM tenha sido a de tentar conter o veículo", declarou.

Durante a blitz, 15 policiais trabalhavam em três bloqueios na região central de Brasília — cinco em cada uma. O terceiro bloqueio não chegou a ser envolvido. Após o ocorrido, a blitz foi encerrada.

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Entenda o caso

Por volta da 0h20 deste domingo (29), Raimundo Alves Aristides Júnior, de 41 anos, dirigia um carro de luxo e foi abordado na blitz, mas se recusou a parar.

Os militares afirmam que Aristides tentou dar ré no carro e, logo depois, jogou o veículo contra um dos agentes e fugiu do local. Mais à frente, a cerca de 150 metros, o segundo bloqueio da blitz tentou deter o veículo, que novamente teria avançado contra os policiais.

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A PM alega que os disparos realizados nas duas ocasiões tinham o objetivo de atingir os pneus do veículo e obrigar o motorista a obedecer à abordagem. Aristides Júnior parou alguns metros à frente, próximo à feira da Torre de TV, depois que o carro foi atingido por diversos disparos. Ele se deitou no chão e se entregou.

No banco do passageiro, no entanto, Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, foi atingido pelos disparos e não resistiu aos ferimentos. A declaração de óbito fala em traumatismo cranioencefálico por instrumento perfurocontundente.

Aristides teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na manhã desta segunda-feira e aguarda o resultado do inquérito da Polícia Civil. A apuração deve ser concluída nos próximos dez dias. Segundo o delegado-chefe da 5ª Delegacia de Polícia (Região Central), João de Ataliba, até o momento foram ouvidas duas testemunhas que estavam no local e alguns militares que confirmaram ter disparado contra o veículo.

Ainda no domingo, a Polícia Civil recolheu as armas dos agentes e realizou uma perícia nos pontos de bloqueio. A alegação da PM é que os tiros foram direcionados para os pneus, com a intenção de neutralizar o carro. No entanto, o delegado de plantão da PCDF que registrou o caso "não conseguiu vislumbrar ali [nos pneus] nenhum disparo de arma de fogo".

Ataliba, responsável pelas investigações, afirma que os pneus estavam estourados, mas que ainda não é possível precisar se a causa foi o disparo da polícia. O delegado acrescenta que "no histórico da ocorrência" consta "que o motorista [Aristides Júnior] deixou de ser ouvido [no momento da prisão em flagrante] em razão do grau de embriaguez". "Ele não conseguiu depor, não tinha condições", diz.

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