Onyx Lorenzoni nega conhecer Careca do INSS e admite ter recebido doação de associação investigada
Ex-ministro de Bolsonaro, que recebeu R$ 60.000 de suspeito, afirmou em CPMI que nunca pediu “dinheiro para bandido”
Brasília|Yumi Kuwano, do R7, em Brasília
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O ex-ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni negou nesta quinta-feira (6), durante a CPMI do INSS, conhecer e ter algum tipo de relação com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e com Maurício Camisotti.
Os dois são apontados pelas investigações como os principais nomes do esquema de fraudes do INSS. Para a Polícia Federal, o Careca atuaria como lobista e operador financeiro, enquanto Camisotti seria o articulador da fraude.
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“Não, não sei quem é. No meu período no ministério, não; nem antes, nem depois”, respondeu o ex-ministro sobre o Careca do INSS. Questionado a respeito de Camisotti, Onyx afirmou: “Se passar na rua, eu não sei quem é”.
Onyx também foi questionado pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre o recebimento de uma doação para a sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul em 2022.
Ele admitiu ter recebido o valor de R$ 60.000 do empresário Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Clube de Benefícios, uma das entidades investigadas por desvio de dinheiro de aposentados, mas se defendeu ao dizer que, em geral, o candidato a governador não se envolve no processo de arrecadação de uma campanha política.
“O meu contador ainda tinha uma orientação: “Qualquer contribuição referente à minha campanha, verifique em fontes abertas - que é o que ele pode fazer - se há qualquer coisa em desabono ao doador. Se houver, nós devolvemos”, disse.
Onyx, que foi ministro entre 2021 e 2022 durante o governo Jair Bolsonaro, negou ter obtido vantagem indevida ao receber o valor de Felipe Macedo Gomes.
“Dos meus 115 doadores, eu não conheço mais de 30% ou 35%. Nunca vi esse cidadão, não sei quem é. E outra coisa: nunca pedi dinheiro para bandido”, declarou.
Segundo ele, a tentativa de associar sua gestão às fraudes “é uma relação maliciosa de causa e efeito”.
A entidade que Felipe Gomes presidiu é acusada de, junto com outras três instituições, ter faturado R$ 700 milhões com os descontos em benefícios de aposentados e pensionistas. O empresário foi convocado para depoimento à CPMI em outubro, mas se recusou a responder às perguntas dos parlamentares.
Problema antigo
Segundo Onyx, as suspeitas de irregularidades nos descontos associativos são antigas e passam por diversas gestões.
“O problema com descontos associativos era recorrente. Tem denúncias de problemas com acordos ou procedimentos, dos mais diferentes governos desde 2010, registrados pela imprensa brasileira. Em setembro de 2018, os membros do CNPS e o Ministério Público fizeram uma denúncia bem robusta. Eram quatro entidades, era o Governo Temer, nós estávamos na campanha eleitoral”, comentou.
De acordo com o ex-ministro, em 2019, quando o iniciou o governo Bolsonaro, uma agenda de transformação foi elaborada e ela começou com a digitalização do governo.
Onyx também foi questionado sobre a atuação do filho dele, o advogado Pietro Lorenzoni, para a Unibap (União Brasileira de Aposentados da Previdência) — investigada no esquema.
“Eu não sei quais são as empresas em que ele atua, eu não sei quem são os contratantes dele, e não me cabe isso. Eu desafio aqui qualquer pai que tenha filho médico ou advogado a ir lá ver o fichário do filho”, declarou.
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