Brasília Ouça: áudios revelam xingamentos e gritos do ex-presidente da Caixa

Ouça: áudios revelam xingamentos e gritos do ex-presidente da Caixa

Banco público afirmou que já tinha recebido queixas de assédio sexual e moral; MPT deu à empresa dez dias para apresentar ações

  • Brasília | Clébio Cavagnolle, da Record TV, e Renato Souza, do R7, em Brasília

Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa

Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa

Marcello Casal Junior/Agência Brasil - Arquivo

Áudios enviados pelo ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães a grupos de funcionários no WhatsApp, aos quais o R7 teve acesso, demonstram momentos explosivos durante o trabalho, com palavrões para se referir aos empregados. "Quem for responsável vai deixar de ser. Ou o vice-presidente, ou o diretor, ou o superintendente nacional, ou o gerente nacional... Eu quero o CPF de todo mundo", disse ele.

Em outro momento, Pedro demonstra que não considera nem acolhe a opinião dos demais gestores e funcionários do banco. "Não é aceitável. E, de novo, caguei para a opinião de vocês, por que é eu [sic] quem mando. Isso aqui não é uma democracia. É a minha decisão", disse ele. Ouça: 

O MPT (Ministério Público do Trabalho) notificou a Caixa para que apresente, em dez dias, o resultado de eventuais apurações de denúncias de assédio sexual e moral contra Guimarães. Em nota publicada nesta quarta-feira (29), o banco informou que recebeu denúncias de assédio contra o ex-gestor e que o caso foi encaminhado à Corregedoria.

O caso tramita sob sigilo. O MPT solicita documentos, informações, exames e o resultado de perícias que eventualmente tenham sido realizadas. No documento, o órgão determina que a Caixa deve "apresentar manifestação sobre a denúncia de que recebeu informações acerca da prática de assédio sexual pelo sr. Pedro Guimarães desde o ano de 2019, mas teria acobertado os fatos".

Guimarães deixou a presidência do banco em meio a acusações de assédio sexual a funcionárias durante viagens de trabalho. Além dele, é citado o vice-presidente da Caixa, Celso Leonardo Barbosa, que ainda está no cargo. O Ministério Público pede informações sobre acusações de que ele "causa 'temor' às mulheres que trabalham no banco, levando a crer que as denúncias de assédio também se estenderiam ao referido gestor".

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