Ouro apreendido com presidente do PL vale R$ 11,7 mil e pesa quase 40g, diz perícia; veja fotos
Valdemar Costa Neto está preso desde quinta (8); ele foi um dos alvos da operação da PF que investiga tentativa de golpe
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília, e Natália Martins, da RECORD
![Valdemar foi preso em flagrante](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/LME6KB2XIJJ47BMRF6XK3Z64LU.jpg?auth=a7055cffa2ccbd487414fe9ac43a0bac41bce2d1a1d5b8712bbd51ffc02c4109&width=442&height=240)
A pepita de ouro apreendida pela Polícia Federal com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pesa 39,18 gramas e vale US$ 2.346,93 — cerca de R$ 11.687 —, mostra o laudo da perícia da PF à qual a RECORD teve acesso. O documento foi produzido pela perícia da corporação depois da operação desta quinta-feira (8), que apura a participação de pessoas na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito.
![Pepita de ouro apreendida com Valdemar Costa Neto](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/ZIFDABA66ZKMFMPMW6ZQLURM4M.jpg?auth=830b0ecdaf1994461303dd7323c74387ed68459a9f20b9ad6ee5c5e56e45455e&width=540&height=443)
![Técnicos analisaram estrutura da pepita apreendida com Costa Neto](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/XHVOXCPL3BPBRJHE5SOD5SU4X4.jpg?auth=1ea2b827d242f7f8024ad61350ecc630435b51a20597851de7859143781e013d&width=901&height=323)
Costa Neto foi preso em flagrante pela Polícia Federal na quinta durante operação da PF devido à pepita e a uma arma sem registro encontradas pelos agentes em um apartamento do presidente do PL em Brasília.
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Os itens motivaram a prisão em flagrante, já que não havia contra Costa Neto um mandado de prisão preventiva pela operação da PF. Os dois crimes investigados são posse irregular de arma e usurpação de minerais.
Leia mais: Entenda a operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado em prol de Bolsonaro
A perícia destaca que a pepita apreendida com Valdemar é proveniente de garimpo. O documento não informa se a origem é ilegal. A PF analisa o local de extração. "Para a determinação categórica de proveniência, esforços permanentes vêm sendo realizados por meio do cadastro progressivo de amostras de padrões de confrontos, para que, futuramente, obtenham-se resultados conclusivos sobre a origem geográfica da fonte de extração", escreveram os técnicos.
Galeria, alvos, PF, 8 de Janeiro, investigação
Galeria, alvos, PF, 8 de Janeiro, investigação
"As características, tais como o alto teor de ouro, textura, granulometria e a sua composição química e mineral, indicam que se trata de produto aurífero primário, proveniente de retirada direta da jazida, sem processamento, típico de atividade de garimpagem", completaram.
O item, por ser um bem mineral obtido por meio de extração em jazida, tem a comercialização e o transporte restritos, sujeitos a autorização, taxas e critérios determinados em lei.
Esse material mineral primário, ainda com características mineralógicas, apresenta maior incidência de circulação e comércio em regiões garimpeiras, nas proximidades da sua fonte de extração mineral, diminuindo a sua ocorrência e aceitabilidade comercial fora dessas regiões, onde dominam o comércio de materiais auríferos distintos, processados e preparados para o comércio.
Segundo a PF, a pepita estava guardada "em um estojo retangular, revestido de veludo na cor preta". A perícia estima que o material tenha 91,76% de ouro e é "produto mineral proveniente de minério extraído de jazida aurífera que foi submetido a processamento primário simplificado artesanal".
Os técnicos afirmam que a pepita tem "poucos grãos minerais submilimétricos escuros de brilho metálico e grãos incolores de brilho vítreo incrustados, bem como marcas de abrasão decorrentes de processos de manejo". A perícia destaca que as características do material são compatíveis com "fase anterior à fundição e ao refino industrial".
Operação Tempus Veritatis
A Polícia Federal cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva em nove estados e no DF nesta quinta. A Operação Tempus Veritatis investiga a suposta organização de um golpe de Estado em 2022 em prol do candidato derrotado e ex-presidente Jair Bolsonaro, com a participação de ex-assessores, militares e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Segundo as investigações, a estratégia adotada "teve a finalidade de servir de fundamento para a tentativa de execução do golpe de Estado, que estava em curso".