Pais acampam em filas na porta de escolas em busca de vagas para os filhos no DF
Alguns chegaram a dormir no local para garantir atendimento
Brasília|Do R7
As escolas públicas do Distrito Federal amanheceram nesta quinta-feira (21) com filas de pais em busca de vaga para seus filhos. Alguns chegaram a dormir no local para garantir atendimento. A dona de casa Paula Pinheiro chegou ao Centro de Ensino 01 de Taguatinga às 4h da manhã para tentar matricular o filho de quatro anos. Mesmo chegando tão cedo, ela se deparou com uma fila gigantesca.
— Desde o ano passado estamos tendo a orientação que, quem não conseguisse vaga pelo 156, deveria aguardar a liberação de 10 vagas para criança de quatro anos, que é a que eu estou precisando. Ao chegar aqui, de madrugada, fiquei do lado de fora da escola. Cheguei de madrugada, no dia 21, conforme fui informada, e já tinha 42 pessoas dentro da escola dormindo, autorizados pela diretora. Nós que chegamos de madrugada batemos na porta e nos disseram que as vagas já tinham sido preenchidas.
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A aposentada Benedita da Silva passou pela mesma situação. Ela chegou as duas da manhã e também não conseguiu vaga para a neta.
— Eu fui a primeira da fila e não consegui porque disseram que não tenho prioridade, sendo que estou na fila, sem invadir nada. Eu vim como era combinado e não me atenderam, só o pessoal que dormiu lá dentro, com colchão, com marmita. O guarda não abriu a porta e disse que a diretora deu ordem para colocar esse pessoal ai dentro.
Os pais registraram Boletim de Ocorrência e uma queixa na Secretaria de Educação.
No Guará, região do Distrito Federal, os pais que tiveram que dormir na fila e usaram cadeiras, sombrinhas e até cobertores para aguentar a noite. Na estrutural a situação não foi diferente várias pessoas passaram a madrugada à espera de uma vaga.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal informa que a maioria das pessoas, que se encontra desde ontem, em filas nas portas das escolas públicas, já realizou a matrícula dos filhos para a educação básica. Segundo o órgão, as filas ocorrem por conta da busca por transferência de unidades educacionais, de acordo com a preferência em relação a determinadas escolas, seja pela proximidade da residência ou trabalho, ou mesmo por uma tentativa de mudança de turno.
— A Secretaria de Educação assegura que nenhuma criança ficará sem vaga na educação básica, mas não pode garantir que o aluno seja matriculado na escola de preferência a partir desta oferta final de vagas.