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R7 Brasília

Parlamentares criticam omissão de Guedes no combate à crise

Ausência de atos de combate à inflação e de apoio a reformas foi tema de jantar em Brasília com o presidente do Banco Central

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

Paulo Guedes, ministro da Economia
Paulo Guedes, ministro da Economia

A insatisfação com a política econômica do ministro Paulo Guedes chega até mesmo a parlamentares que integram a base do governo no Congresso. Na última terça-feira (23), em jantar promovido pela Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo, com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, as insatisfações com o titular da pasta econômica se tornaram o principal assunto.

Guedes é apontado como o agente responsável pelas travas que impedem o crescimento do país. Enquanto a inflação aumenta e o câmbio sobe, o Executivo deixa de entrar com força nas discussões em torno da reforma tributária e em outras medidas que poderiam abrandar os problemas que atingem empresas e famílias brasileiras. A inflação bateu recorde, e o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) ficou em 1,17% no mês de novembro, acumulando alta de 10,34% nos últimos 12 meses.

Presente ao encontro, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) contou ao R7 que Guedes vem deixando a desejar em suas ações para conter a crise. "O governo tinha que ter uma posição muito mais decidida, muito mais forte sobre a reforma tributária; isso tornaria o país muito mais competitivo, traria segurança jurídica, geraria mais renda para as pessoas. Ele [Guedes] jamais tem falado sobre isso, sobre apresentar um projeto de reforma tributária ou apoiar os dois projetos que estão no Parlamento. O que chegou para mim foi um remendo que não tem nada a ver com reforma tributária", disse o parlamentar.

Paulo Guedes fala em comissão da Câmara dos Deputados
Paulo Guedes fala em comissão da Câmara dos Deputados

Também estavam presentes congressistas como Esperidião Amin (PP-SC) e Silvio Costa Filho (Republicanos-RJ). Para Alceu, as falhas do ministro não se resumem a mudanças na tributação, mas sim na reformulação da máquina pública. "A reforma administrativa é da mesma forma. Não há um esforço do governo para aprovar, tem que ter um esforço para tramitar no Congresso. Não tem uma unidade. Tem que ter um recado governamental para que a gente siga um rumo só. Temos a pandemia, temos todos os problemas, mas temos que transformar o ambiente de negócios em algo mais facilitado."

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