Partido da base governista, PP decide não apoiar criação de CPI da Petrobras
Decisão veio após reunião do partido na terça-feira; bancada do PL havia assinado o pedido inicial de abertura da comissão
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
Após reunião da bancada na última terça-feira (21), o PP, partido da base do presidente Jair Bolsonaro (PL), decidiu não apoiar a criação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, defendida pelo chefe do Executivo. A bancada do PL havia assinado o pedido inicial de abertura da comissão.
O entendimento ocorreu de forma unânime, segundo a vice-líder Margarete Coelho (PP-PI). "Não é que o partido seja a favor ou contra. O que o partido decidiu é aguardar outras soluções", disse ao R7. Questionada sobre quais seriam as outras soluções, a deputada falou em "soluções administrativas vindas do Executivo".
O líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), disse à reportagem que não participou da reunião na terça-feira (21). O parlamentar não quis opinar sobre a decisão da bancada. "O líder [André Fufuca] deve saber os motivos, porque a reunião foi fechada. Honestamente, não conversei sobre isso e não vou comentar", disse.
Até o momento, segundo Barros, o requerimento para criar a comissão possui 133 assinaturas — incluindo a dele. O documento precisa ter o apoio de 171 parlamentares para ser remetido ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que determina ou não a abertura da CPI. Na segunda-feira (20), a abertura de uma comissão foi discutida em reunião de líderes na residência oficial do presidente da Câmara. Após o encontro, Lira afirmou que, se tiver embasamento, assinaturas e fato determinado, o órgão será instalado.
Na terça-feira (21), o PL apresentou o requerimento inicial para abertura de CPI a fim de investigar supostas irregularidades no processo de definição de preços dos combustíveis e outros derivados de petróleo no mercado interno. No documento, assinado por 16 deputados do PL, os parlamentares mencionam que querem investigar, dentre outros pontos, a conduta da diretoria e do conselho da Petrobras sobre os preços e o modelo de gestão da estatal.
O presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho, pediu demissão do cargo na segunda-feira (20) após um novo anúncio de reajuste no preço dos combustíveis. Os aumentos são definidos pela direção da Petrobras e por conselheiros da companhia, em sua maioria indicados pelo governo federal. Hoje, o conselho é formado por 11 membros. Desses, seis foram indicados pelo governo Bolsonaro.