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Paul McCartney abre turnê brasileira com show exclusivo em Brasília; leia relato

R7 acompanhou ao lado do palco a apresentação do ex-Beatle para cerca de 400 pessoas; show no Mané Garrincha será nesta quinta

Brasília|Henrique Diebold, da Record


Paul McCartney tem turnê mais lucrativa do mundo
Paul McCartney tem turnê mais lucrativa do mundo

Nove horas da manhã. Minha esposa abre o email e lá está. Uma mensagem para comprar por R$ 200 bilhetes para um show de Paul McCartney no Clube do Choro, em Brasília. O que parecia uma mistura de golpe com delírio virou realidade quando fomos um dos poucos privilegiados a colocarem as mãos em um par de ingressos.

Depois de uma saga para conseguir as entradas, que envolvia buscar as pulseiras e respeitar uma série de restrições — inclusive lacrar o celular na entrada para impedir registros —, entramos na tradicional casa de espetáculos brasiliense, onde Paul tinha decidido se apresentar.

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Até agora tentei, mas não descobri o real motivo que levou o cavaleiro da rainha a subir ao palco para algumas poucas centenas de pessoas, quando faria o mesmo show dois dias depois no estádio Mané Garrincha sob os olhos de dezenas de milhares.

O que importa para mim é que, às 18h, em ponto, lá estava ele: de camiseta vermelha escrito Liverpool, com uma camisa de botão por cima, em um calor típico de um estabelecimento feito para ouvir o melhor da música brasileira, com público confortavelmente sentado.

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Ou seja, tivemos o privilégio de ouvir o maior britânico vivo com gotas de suor escorrendo pelo rosto, como se estivéssemos em um verão no Cavern Club, pub em Liverpool, onde os Beatles começaram a moldar gerações de fãs. Éramos cerca de 400 pessoas, que, por pura sorte, conseguiram entradas para algo que prometia ser o melhor show de nossas vidas. E, claro, foi.

Paul abriu a sessão intimista com A Hard Day’s Night, um dos hits que catapultaram os Beatles ao sucesso interplanetário. O público, que pouco acreditava onde estava e que passou boa parte do dia roendo as unhas de nervosismo, enlouqueceu. Sir McCartney fez o que faz de melhor. Tocar e conquistar.

Arranhou um texto decorado em português, como rotineiramente faz quando vem ao Brasil, mas não sem o carisma de um senhor de 81 anos que muito bem poderia estar deitado na cama do hotel. Paul seguiu com músicas dos Wings, banda que formou em 1971 após o fim dos Beatles, como Junior’s Farm e Letting Go. A fileira da frente estava pouco a mais de 1 metro de uma lenda da música. Quem preferiu ver com maior distância não ficou a mais de 10 metros do palco.

Eu, ansioso, já tinha decorado o setlist que Paul costuma tocar em passagens de som para públicos VIP na turnê Got Back, que começa nesta quinta-feira (30) oficialmente por Brasília e ainda vai passar por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Mas por que imaginei que poderia antecipar um dos fundadores dos Beatles? Rapidamente, veio Getting Better, do histórico Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band, e a romântica My Valentine, que ele dedicou à esposa, Nancy Shevell.

Ninguém estava pronto para o que veio na sequência. A belíssima Maybe I’m Amazed, da carreira solo, deixou todos arrepiados. E quem achou que Paul começaria uma sessão em homenagem à carreira solo, se enganou. A banda, sempre afiada, emendou uma sequência de hits dos Beatles. I’ve Just Seen a Face, From Me to You e Blackbird tiraram a pretensão de qualquer um que imaginava saber o que viria adiante.

Os sucessos Ob-La-Di, Ob-La-Da, Get Back e "Lady Madonna provaram que os que estavam ali não se esqueceriam daquele show. A última seria aquela com que Paul normalmente encerraria a apresentação, mas ele decidiu seguir. Vieram então Let It Be e Hey Jude, quando o suor no rosto já tinha virado lágrima. McCartney até errou brevemente um trecho de Let It Be, provando que deuses também sangram.

No bis, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Helter Skelter, Golden Slumbers, Carry ThatWeight e a última, The End, trouxeram o público de volta à Terra, depois de uma pequena volta no paraíso. Foi real, mas não terminou.

A turnê promete até 40 músicas por espetáculo, mas com certeza ninguém que esteve no Clube do Choro vai esquecer as 24 canções tocadas por uma lenda viva, com mais de 80 anos, por uma hora e 40 minutos, como se estivesse ainda nos seus 20 e poucos.

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