Brasília PEC da Transição é a proposta para pagar promessas de campanha de Lula; entenda

PEC da Transição é a proposta para pagar promessas de campanha de Lula; entenda

Ideia é retirar do teto de gastos promessas feitas por Lula; Congresso será responsável por determinar os valores

  • Brasília | Hellen Leite, do R7, em Brasília

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito no último dia 30

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito no último dia 30

Lorena - Notícias

A chamada PEC da Transição, anunciada na última quinta-feira (3) pela equipe do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será oficialmente apresentada nesta terça-feira (8). A matéria prevê a liberação de verba acima do teto de gastos para poder financiar as promessas de campanha do petista.

A ideia é que a equipe de Lula indique quais políticas precisariam extrapolar o teto, mas sem a imposição de valores. Quem vai determinar quanto será destinado a cada tema será o Congresso Nacional, na votação do Orçamento de 2023.

"A PEC não pode ter previsão de valores. O valor, quem libera é o Congresso Nacional", informou o deputado federal Enio Verri (PT-PR), um dos parlamentares da equipe de transição. "A PEC tem como papel principal dar a mínima condição para o Brasil funcionar a partir de janeiro", completou.

Segundo o ex-governador do Piauí e senador eleito Wellington Dias (PT), que também integra a equipe de transição, a articulação segue em duas linhas: "A equipe técnica vai se debruçar para quantificar o valor necessário em cada ponto crítico, em cada ponto que tem insuficiência de recursos para 2023. Ao mesmo tempo, [trabalham] a proposta de uma emenda que cria uma excepcionalidade para garantir legalmente os recursos necessários", disse.

O texto da emenda está sob a coordenação do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e os temas que devem ser excluídos do teto de gastos ainda não foram oficializados, mas as discussões em andamento revelam o que deve estar incluído.

A maior prioridade é a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600, mais R$ 150 para famílias com crianças menores de 6 anos. Sem o recurso extra, o benefício cai para R$ 405 em 2023. Além disso, o aumento de 1,3% no salário mínimo, que deve custar R$ 7 bilhões, e a recomposição do mínimo Constitucional da Saúde, que tem déficit de R$ 15 bilhões, também devem entrar na PEC.

O tempo é outra preocupação da equipe de Lula, por isso, outras promessas de campanha devem ficar fora da PEC, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. "Não dá tempo para [discutir a nova faixa de isenção do] Imposto de Renda, faltam 40 dias para encerrar o ano legislativo, estamos discutindo o que é extremamente urgente", destacou Enio Verri.

Para acelerar a aprovação da emenda, o texto deve começar a tramitar pelo Senado. Assim é possível pular a etapa de discussão do tema na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e levar o texto direto ao plenário.

Alckmin tem encontro com Lula na segunda-feira (7) para definir as prioridades que devem ser incluídas no texto da PEC. Na terça, ele volta a se encontrar com Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento, para apresentar o texto da PEC. O projeto do Orçamento de 2023 deve ser votado em 16 de dezembro, a poucos dias do Natal e da posse de Lula, em 1º de janeiro.

Veja abaixo imagens da sede da transição do novo governo:

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