Pela 3ª vez, Moraes nega pedido de Bolsonaro para adiar depoimento à PF, que ocorrerá nesta quinta
Ministro do STF disse que as situações fática e jurídica não foram alteradas, permanecendo a obrigatoriedade de comparecimento
Brasília|Gabriela Coelho e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes negou nesta quarta-feira (21), pela terceira vez, o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para não depor à Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. O depoimento está marcado para esta quinta (22), às 14h30.
Em sua decisão, Moraes disse que as situações fática e jurídica não foram alteradas, permanecendo a obrigatoriedade de comparecimento do investigado perante a Polícia Federal. "Mantenho a decisão nos termos já reiterados em duas decisões anteriores", escreveu.
O primeiro pedido negado ocorreu nessa segunda (19), quando a defesa de Bolsonaro solicitou o adiamento da data, mas Moraes não acatou a solicitação. O ministro explicou que a equipe jurídica do ex-presidente já teve acesso completo ao material das investigações.
Já a segunda rejeição ocorreu nessa terça (20), quando a defesa do ex-presidente requereu que ele não prestasse depoimento à Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, e Moraes, outra vez, rejeitou o pedido.
Entenda
A operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro, tem como alvos ex-ministros e ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigados por suposta tentativa de golpe de Estado e invalidação das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Originada de inquéritos em curso no STF, principalmente, o das milícias digitais, a investigação sugere que os investigados formavam seis núcleos que atuavam de forma coordenada para promover um golpe e impedir a posse do presidente Lula.
Uma parte relevante da investigação está relacionada a uma reunião ministerial realizada em 15 de julho de 2022. Na ocasião, Bolsonaro teria afirmado aos ministros que não poderiam aguardar o resultado das eleições para agir. Os advogados do ex-presidente negam qualquer intenção de golpe.