A Polícia Federal enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma manifestação na qual defende que os bens do general da reserva Walter Braga Netto, preso por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, não sejam devolvidos.“Em cumprimento à determinação exarada por Vossa Excelência, considerando que o indiciado está sendo investigado no contexto dos fatos apurados, a Polícia Federal entende necessária a manutenção da custódia dos referidos bens apreendidos, para fins de eventual confronto e realização de nova extração pericial”, disse a PF.O ex-ministro foi preso em dezembro do ano passado. Em novembro, ele tinha sido indiciado pela corporação por suposta tentativa de golpe de Estado. A PF apontou os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.Braga Netto é general do Exército e foi ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro. Em 2022, concorreu como vice na chapa do ex-presidente.A investigação da Polícia Federal que indiciou Braga Netto por suposta tentativa de golpe também acusou também Jair Bolsonaro e outras pessoas por envolvimento no suposto esquema.Sobre o ex-ministro, a corporação afirmou que “os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento”.Ainda segundo a Polícia Federal, Braga Netto tinha conhecimento e aprovou os planos articulados para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.De acordo com as investigações, um grupo de militares teria se reunido na casa de Braga Netto, em novembro de 2022, para “apresentar o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”. Uma dessas medidas seria o assassinato do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin.