PF indicia mais três pessoas por envolvimento em suposta tentativa de golpe de Estado
Os novos indiciados são Aparecido Andrade Portella, Reginaldo Vieira de Abreu e Rodrigo Bezerra de Azevedo
A PF (Polícia Federal) decidiu indiciar outras três pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022. Em novembro, a corporação indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas. Entre elas, estão os ex-ministros Augusto Heleno e Walter Braga Netto, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Agora, o total de indiciados chega a 40. O indiciamento ocorre após a realização de oitivas dos próprios novos apontados e outros supostos envolvidos, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
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Os novos indiciados são Aparecido Andrade Portella, Reginaldo Vieira de Abreu e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Se forem denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Neste momento, o relatório da Polícia Federal sobre o suposto plano está na PGR. O documento será analisado pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, instituição ligada ao gabinete do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O documento foi enviado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
O indiciamento é um ato formal realizado pela autoridade policial durante a investigação de um crime. Ele ocorre quando, com base nas provas coletadas, os investigadores identificam uma pessoa como suspeita principal da prática de um delito e formaliza essa suspeita no inquérito.
Quem é quem
Segundo a PF, Aparecido é militar da reserva e primeiro suplente da senadora Tereza Cristina Os elementos de prova indicam que ele atuou como um intermediário entre o governo do presidente Jair Bolsonaro e financiadores das manifestações antidemocráticas residentes no estado de Mato Grosso do Sul. No fim de 2022, o militar era um frequentador assíduo do palácio da Alvorada, visitando o então presidente da República constantemente.
Ainda conforme a PF, Reginaldo Vieira é coronel do exército e na época dos fatos ocupava o cargo de chefe de gabinete do então secretário-executivo da Secretaria-geral da Presidência, Mario Fernandes. “Os elementos de prova colhidos evidenciaram que Reginaldo auxiliou Mário para tentar disseminar informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação, para impedir a posse do governo legitimamente eleito. No início do mês de novembro de 2022, o investigado levou um hacker até a superintendência da Polícia Federal em Brasília para tentar formalizar um depoimento, visando instaurar procedimento criminal relacionado às urnas eletrônicas”, diz a PF.
Já Rodrigo, segundo a PF, na época dos fatos era major de Infantaria do Exército e servia no Comando de Operações Especiais, o COpEsp, em 2022. Ele é apontado como integrante do núcleo operacional do plano de assassinato do ministro Alexandre de Moraes.