PF prende 7 e apreende R$ 1,5 milhão em equipamentos usados para garimpo ilegal no Pará
Extração irregular trazia riscos à transmissão de energia pela usina Belo Monte; houve resistência de grupos em Parauapebas
Brasília|Lucas Nanini, do R7, em Brasília
A Polícia Federal prendeu sete pessoas por crime ambiental e aprendeu maquinário e combustível avaliados em R$ 1,5 milhão, usados para garimpo ilegal nos municípios de Parauapebas e Curionópolis, no Pará, nesta quarta-feira (17). Segundo a corporação, a atuação dos grupos também oferecia risco às linhas de transmissão de energia elétrica na região. A operação foi realizada em conjunto com a ICMBio.
Os suspeitos atuavam na extração de ouro no Rio Novo, Serra Leste e na Área de Proteção Ambiental do Igarapé Gelado. A região já foi alvo de outras operações recentes de combate ao garimpo ilegal. Os locais são pontos de recorrente extração irregular de minérios, muitos já tendo sofrido sanções pelos órgãos ambientais.
A PF informou que houve forte resistência de moradores à ação policial em Parauapebas. A população de uma vila próxima à área de exploração bloqueou o acesso da estrada com pneus e pedras. Eles chegaram a lançar rojões e pedras contra um helicóptero dos agentes.
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Durante a operação foram apreendidos equipamentos como tratores com pás carregadeiras, 16 motores hidráulicos, uma draga e 3 mil litros de diesel. Os maquinários e acessórios foram inutilizados (a maior parte foi queimada) devido à impossibilidade de remoção dos itens. O valor total dos produtos recolhidos é de R$ 1,5 milhão.
No Rio Novo, o avanço do garimpo ilegal trouxe riscos às linhas de transmissão da Usina Belo Monte. A unidade passa pelos estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais, abastecendo o Sistema Interligado Nacional – que leva energia elétrica para todo o país.
Segundo a PF, outros dez pontos de garimpo ilegal poluem rios que abastecem Parauapebas e região. A bacia hidrográfica local apresenta alto grau de contaminação por conta do uso irregular de mercúrio, de acordo com órgãos ambientais. A exploração do Rio Novo é mais recente e leva poluição ao rio Parauapebas, localizado às margens da Floresta Nacional de Carajás.
Cerca de 70 policiais federais e agentes do ICMBIO participaram da operação. A Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente (Damaz), da PF, e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) estiveram presentes na ação.