PF realiza operação contra grupo suspeito de invadir sites do governo
Inquérito foi instaurado depois de um ataque cibernético que tirou do ar o site do Ministério da Saúde em dezembro de 2021
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (16) a Operação Dark Cloud, que faz parte da investigação sobre os ataques cibernéticos contra o governo federal. Os agentes estão cumprindo oito mandados de busca e apreensão contra um grupo suspeito de invadir sistemas do Ministério da Saúde e de outros órgãos do governo.
O inquérito foi instaurado em dezembro de 2021, quando ocorreu um ataque cibernético à página do ConecteSUS. Na época, a pasta informou que a invasão comprometeu o "Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), o ConecteSUS e funcionalidades como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital."
O tipo de ataque que o site do Ministério sofreu é chamado Ransomware, em que o invasor insere um código malicioso tornando os dados inacessíveis, geralmente usando criptografia.
Mandados de busca e apreensão
Segundo a PF, os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na Paraíba, em Minas Gerais, no Paraná e em Santa Catarina. "As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 12ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, após representação efetuada pela Polícia Federal no bojo das investigações," diz a corporação.
De acordo com o inquérito, os ataques foram realizados por uma organização criminosa internacional dedicada a crimes cibernéticos, visando entidades públicas e de capital privado no Brasil, nos Estados Unidos, em Portugal e na Colômbia.
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Além dos ataques à pasta, houve invasões aos seguintes órgãos: Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério da Economia, Instituto Federal do Paraná (IFPR), Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A Polícia Federal apura os crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento, corrupção de menores, com previsão no Estatuto da Criança e do Adolescente, e lavagem de capitais.