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PGR recua e solicita novas investigações sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF

Suspeita surgiu quando o então ministro da Justiça Sergio Moro anunciou saída do governo Bolsonaro

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A PGR solicitou novas investigações sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.
  • A suspeita surgiu após a saída do ex-ministro Sergio Moro, que alegou interferência política de Bolsonaro.
  • O novo posicionamento da PGR visa verificar se houve tentativas de interferência nas investigações e na obtenção de dados sensíveis.
  • Mensagens entre Bolsonaro e Moro revelam intenção de troca de comando na PF para acesso a investigações sigilosas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Segundo Moro, Jair Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo

A PGR (Procuradoria-Geral da República) solicitou novas investigações sobre a suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal durante o mandato dele. Em 2022, o órgão tinha recomendado o arquivamento do caso.

Em março daquele ano, a PF havia concluído que Bolsonaro não cometeu crime na troca do comando da corporação em 2020 — episódio que culminou na demissão de Sergio Moro, então ministro da Justiça e Segurança Pública.


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À época, Moro acusou Bolsonaro de interferência política na atuação da Polícia Federal. Ele sugeriu que o ex-presidente buscava favorecimento pessoal, a partir da indicação de cargos de direção na Polícia Federal, especialmente na Superintendência Regional no Rio de Janeiro.

O caso levou à abertura de um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar uma possível interferência do presidente nas atividades da Polícia Federal.


Segundo a PGR, o novo posicionamento decorre da necessidade de realizar diligências complementares que permitam uma análise mais ampla e detalhada dos fatos investigados.

“É imprescindível verificar com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferência nas investigações apontadas nos diálogos e no depoimento do ex-ministro, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”, diz o documento, assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.


Ao defender mais investigações sobre o caso, Gonet explicou que é necessário verificar se a conduta de Bolsonaro tem relação com outros inquéritos da PF que apuram uma organização criminosa responsável por ataques a autoridades, sistema eleitoral e instituições públicas, por meio de obtenção clandestina de dados sensíveis e uso das estruturas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Gonet levou em consideração um antigo depoimento de Moro em que ele disse que uma das causas da troca no comando da PF citada pelo ex-presidente seria a “falta de acesso a relatórios de inteligência da PF”, embora Bolsonaro já tivesse acesso legal via Abin e Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência).


Relembre o caso

De acordo com as declarações de Sergio Moro, a troca na Direção-Geral da PF e os pedidos de mudança nas superintendências regionais do Rio de Janeiro e de Pernambuco teriam como real motivação o acesso a informações privilegiadas sobre investigações sigilosas.

O objetivo seria permitir ingerência em apurações que envolviam o então presidente, seus familiares e aliados políticos.

Moro também relatou que Bolsonaro reclamava da “falta de acesso a relatórios de inteligência da PF”, apontando isso como uma das razões para a substituição no comando.

A análise de mensagens de WhatsApp trocadas entre Bolsonaro e Moro mostra que, em 22 de abril de 2020, o ex-presidente informou a decisão de demitir o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, afirmando: “Moro, o Valeixo sai essa semana. Isto está decidido.”

Na sequência, Bolsonaro enviou um link de uma reportagem intitulada “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas”, reforçando, no dia seguinte: “Mais um motivo para a troca.”

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