PM encontrado com jovem em motel no DF é investigado por estupro
Rapaz de 21 anos foi preso por disparo de arma de fogo. Coronel teria sido levado para Corregedoria, mas foi encaminhado a hospital
Brasília|Josiane Ricardo, da RecordTV e Jéssica Moura, do R7, em Brasília
O coronel da Polícia Militar de 44 anos encontrado com um jovem de 21 anos em um motel no Distrito Federal nesse sábado (9) é investigado por estupro e porte ilegal de arma de fogo. O rapaz, que foi preso, foi autuado pelo disparo da arma de fogo enquanto tentava deixar o local.
Durante a tarde, os dois foram ouvidos na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) e apresentaram versões conflitantes. Aos agentes, o coronel alega que a relação foi consentida. Já o jovem relatou que foi coagido. Ele contou que estava com um amigo em uma distribuidora de bebidas em Taguatinga, deixou o estabelecimento e voltava para casa à pé.
Coação
No trajeto, teria sido interpelado pelo coronel Edilson Martins, que estava dentro de um veículo. Segundo o rapaz, o policial militar perguntou a ele se costumava usar drogas, o que o teria respondido que consumia apenas maconha. Diante da resposta, o PM teria lhe oferecido uma carona e disse que compraria o entorpecente para ele
O jovem confirmou que entrou no carro, e Edilson contou a ele que foi agredido: tinha um ferimento no nariz que sangrava. Por isso, foi até em casa, buscou a arma e queria ir atrás do agressor para se vingar, e queria que o rapaz o ajudasse. Com isso, passaram a rodar por Ceilândia a procura do indivíduo.
O rapaz relata que foi ameaçado a continuar no veículo, pois o coronel teria apontado a arma para a cabeça dele. Em seguida, ele diz que passou a ser assediado pelo PM, que fez sexo oral nele. Chegando à M Norte, o policial ordenou que o jovem comprasse cocaína e lança perfume. O entorpecente foi consumido ali mesmo, sobre uma bíblia que o policial guardava no porta-luvas.
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Depois disso, o menino disse que o homem não informou para onde o levaria e passou a dirigir em alta velocidade pela BR-070. O jovem tentou alertar um amigo por mensagem. Os diálogos periciados mostram que o jovem mandou a localização para o colega, e pediu por socorro.
O PM então estacionou em um motel e levou o rapaz para a suíte, onde as investidas teriam continuado. Ele informou que escondeu a arma que estava na cama sob o travesseiro e aproveitou um momento de distração para pegar a pistola e as chaves e trancou o coronel dentro do quarto.
Fuga
Em seguida, o rapaz pegou o carro, passou a buzinar, ligou o pisca alerta e tentou deixar o local. À recepcionista, ele disse que tinha sido sequestrado e tentou chamar a atenção para que a polícia fosse acionada. Na fila da saída, já havia o carro de um cliente. O jovem bateu contra o carro, deu marcha ré, acabou acertando a coluna do estabelecimento, e depois bateu no portão.
Sem conseguir sair, ele usou a arma para disparar contra o muro. Nesse ínterim, os funcionários do motel chamaram o socorro da Polícia Militar, e informaram que havia um homem armado no local. Quando os PMs chegaram, o garoto se rendeu e passou a arma por debaixo do portão trancado.
Logo depois, os policiais liberaram o coronel e todos foram levados à delegacia. As 4 cápsulas disparadas foram recolhidas, assim como a arma onde que estava travada, com uma bala presa na câmara. O jovem foi preso pelos crimes de dano e disparo de arma de fogo.
Internação
Já o coronel foi autuado pelo porte ilegal de arma de uso permitido e por estupro. O corregedor da PM foi à delegacia e teria sido levado à corporação. Contudo, ele não ficou preso. Ao invés disso, depois do exame no IML (Instituto Médico Legal), ele disse que estava passando mal. Ferido no nariz, foi internado na UTI de um hospital particular, escoltado.
Versão
Em seu relato, o coronel afirmou que, esteve bebendo em um bar na praça do DI em Taguatinga e que quando deixou o local, trafegando pelas ruas da Ceilândia viu um rapaz bonito, e olhou para ele. Sem dizer nada, o homem teria se aproximado e o golpeado no rosto. Por isso, ele foi até em casa, pegou a arma e passou a procurar pelo agressor.
Foi quando teria encontrado o 2º rapaz, que levaria para o motel. O PM diz que perguntou ao jovem se conhecia o agressor, ao que o menino teria respondido afirmativamente, e logo teria entrado no carro. Ele alega que as carícias teriam começado nesse momento e que eram recíprocas. O coronel diz que o rapaz colocou como condição para avançar com a relação o fornecimento de drogas, e confirmou que consumiram os entorpecentes antes de seguir para o motel. Ele nega que tenha ameaçado o rapaz.