O vice-presidente Hamilton Mourão, que se filia ao Republicanos nesta quarta
Marcelo Camargo/Agência BrasilNo dia em que se filia ao Republicanos, o vice-presidente Hamilton Mourão declarou, nesta quarta-feira (16), que pretende conciliar a atuação no governo com a campanha nas eleições deste ano. Mourão é pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
“O que acontece é que eu continuo vice-presidente, né? Então a campanha será realizada buscando, vamos dizer assim, conciliar a função de vice-presidente com a necessidade de estar presente no estado, além do quê, obviamente, existem todos os cuidados que tem que ser tomados em relação à lei eleitoral para não atravessar nenhuma linha vermelha”, disse.
Mourão disse que a campanha será de alto nível e que será preparada em cima de temas importantes para o estado. "O Rio Grande do Sul é um estado que tem algumas deficiências que precisam ser sanadas, na questão da infraestrutura, o próprio problema do peso do estado, a questão das finanças estaduais, a questão da seca, que já é uma coisa endêmica no Rio Grande do Sul, o problema da metade sul do estado, que é um tanto quanto empobrecida, relações com países vizinhos, que são importantes. Então os temas que nós vamos buscar são esses aí."
O vice-presidente se filia ao Republicanos em cerimônia que acontece nesta quarta-feira na sede nacional do Republicanos, em Brasília. O evento será restrito a convidados e à imprensa, em razão de medidas de prevenção contra a Covid-19.
Ele chega à nova leganda vindo do PRTB, partido pelo qual compôs a chapa com Bolsonaro na eleição de 2018. O general da reserva vinha articulando para se filiar ao Republicanos desde janeiro deste ano. No mês passado ele se encontrou com o dirigente estadual da legenda no Rio Grande do Sul, deputado federal Carlos Gomes.
Mourão, em conversa com jornalistas
Antônio Cruz/Agência BrasilHamilton Mourão disse não estar informado sobre quem seria escolhido ministro da Defesa em caso de o general Walter Braga Neto ser indicado como candidato a vice na chapa com Bolsonaro. O nome do militar é o mais cotado para a chapa após o anúncio de que Mourão não concorreria à reeleição.
“Eu não estou a par desse assunto, estou só acompanhando aquilo que vem sendo publicado e, óbvio, outras coisas que correm aí pelas redes sociais. Uma vez que vá ser efetivada a candidatura a vice-presidente do ministro Braga Neto, acredito que o presidente está articulando esse Ministério da Defesa. Vamos aguardar, né? Pode ser o comandante do Exército, pode não ser”, disse.
Caso Braga Neto deixe o ministério, o nome mais cogitado para assumir o comando da pasta é o do general Paulo Sérgio Oliveira. O fato de mais uma vez o ministro da Defesa ser do Exército, e não da Aeronáutica ou da Marinha, não significa conflito dentro das Forças Armadas, segundo o vice-presidente. “Isso é uma questão de campanha do nosso governo, que sempre colocou que o Ministério da Defesa deveria ter como titular um elemento das Forças Armadas. É óbvio que tem havido uma preponderância do Exército, mas dentro lá do ministério há um equilíbrio das três forças.”
Mourão também falou sobre a eleição para o governo do Rio Grande do Sul. Caso o partido apoie a reeleição de Bolsonaro à Presidência da República, a tendência é de que a legenda abrace também a candidatura do nome indicado por ele na corrida ao Palácio do Piratini.
O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (DEM), e o senador Luis Carlos Heinze (PP) são os dois nomes de preferência do chefe do Executivo na disputa ao cargo. "Há ainda uma disputa ali entre o Onyx e o senador Heinze, então vamos aguardar mais um tempinho para que eles definam realmente a situação”, afirmou.
Nesta quarta, o vice-presidente falou que ainda acontecem negociações para que quadros que apoiam Bolsonaro se associem a partidos que já manifestaram apoio à reeleição do presidente. “Alguns já se filiaram aí ao PL, outros pode ser que venham para o Republicanos”, disse.