Presidente da Comissão Europeia anuncia 20 milhões de euros para Fundo Amazônia
Ursula von der Leyen encontrou-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (12), no Palácio do Planalto
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Após ter se reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou, nesta segunda-feira (12), a doação de 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia. Ela afirmou que espera ver concluído até o fim do ano o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Já Lula expôs as preocupações brasileiras com os europeus, como a possibilidade de sanção contra o país em caso de um eventual descumprimento da negociação.
"A União Europeia já é o principal investidor na região, e é um grande prazer anunciar que vamos aumentar esse investimento. Queremos contribuir com 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia. Também os Estados-membros deverão contribuir", disse Ursula.
A alemã informou ainda que a União Europeia vai investir 2 bilhões de euros na produção de hidrogênio verde no Brasil e prometeu uma doação de 10 bilhões de euros na América Latina e no Caribe, mas não deu mais detalhes sobre a ação.
Acordo Mercosul-UE
Ursula discutiu com Lula o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Negociada desde 1999, a iniciativa se encontra atualmente em fase de revisão, mas há entraves na questão ambiental. Durante a coletiva de imprensa, a presidente da Comissão Europeia disse que espera vê-lo concluído até o fim deste ano.
"É chegada a hora de concluir o acordo. Temos uma ambição de terminá-lo quanto antes, o mais tardar até o fim do ano. E eu acredito que há grandes vantagens para ambos os lados. Ele vai criar condições corretas para que flua o investimento e respaldar a reindustrialização do Brasil, além de integrar nossas cadeias de suprimento e aumentar a competitividade de nossas indústrias, criando bons empregos no Brasil", disse Ursula.
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"É uma plataforma para o diálogo e o engajamento de longo prazo. Mandamos uma carta com um instrumento adicional e aguardamos com paciência sua resposta. Nós somos parceiros estratégicos e temos de trabalhar juntos para enfrentar os desafios globais, que também incluem a guerra da Ucrânia", complementou.
Lula, por sua vez, afirmou que expôs à alemã as "preocupações do Brasil com o instrumento adicional" apresentado pela União Europeia em março deste ano, que, segundo o presidente brasileiro, amplia as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento.
"A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua, e não a da desconfiança e sanções. Em paralelo, a UE aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo. Essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil. Reiterei o desejo do meu governo de construir uma agenda bilateral positiva. Com cooperação ativa, podemos abrir horizontes benéficos em diversas áreas", ressaltou Lula.