Presidente do Inep nega vazamento do Enem e diz que anulação de questões foi medida preventiva
Manuel Palácios afirma que questões anuladas reproduzem memórias de participantes de pré-testes
Brasília|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília
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O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Manuel Palácios, negou, nesta terça-feira (2), que tenha havido qualquer vazamento da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2025.
Convocado para dar explicações à Câmara dos Deputados após três questões de ciências da natureza e matemática terem sido anuladas após o Inep identificar similaridades com perguntas divulgadas na internet, ele afirmou que “ninguém teve acesso ao exame antes da aplicação” e que as semelhanças decorrem de itens testados em anos anteriores.
“Não houve vazamento do Enem. Ninguém viu a prova antes de ela ser aplicada, não houve qualquer acesso a qualquer item. O que ocorreu é explicito: recolhemos memórias de quem fez os pré-testes”, argumentou.
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As três questões anuladas estavam no segundo dia de prova, aplicada em 16 de novembro. Palácios contou que, na madrugada de 18 de novembro, foi alertado sobre uma live que levantava suspeitas sobre a repetição dos itens.
A partir daí, especialistas em ciências da natureza e matemática foram convocados, assim como a Polícia Federal, que abriu investigação.
“Tínhamos na mão 900 questões que foram abordadas por esse jovem, e a comissão decidiu anular essas três pela semelhança que tiveram. A investigação se comprometeu a analisar todas. Ou seja, a anulação dessas três foi algo preventivo”, disse.
Pré-testes e questões anuladas
Em março, o estudante de medicina Edcley Teixeira, cearense que vendia mentorias para o Enem, antecipou três questões praticamente idênticas às aplicadas oito meses depois.
Ele enviou enunciados e respostas corretas em um grupo de WhatsApp com centenas de alunos. As questões haviam sido testadas pelo Inep em pré-testes realizados entre 2013 e 2024 e, segundo Palácios, foram reproduzidas por Edcley a partir de memórias desses participantes.
O presidente do instituto também defendeu a aplicação dos pré-testes, realizados pelo Inep duas ou três vezes por ano. Segundo ele, quem os faz é um público semelhante ao que faz o Enem, e os itens anulados seguiam os mesmos parâmetros.
“Calibramos os itens e dizemos quais são as dificuldades da questão. É assim que construímos a medida de desempenho. O pré-teste é absolutamente essencial, e é impossível fazer o Enem sem ele”, afirmou.
Mesmo com a anulação, Palácios insistiu que o episódio não compromete o desempenho geral dos participantes. Ele destacou que o número de itens anulados não altera a consistência estatística da prova.
Durante a sessão, o presidente teve 20 minutos para apresentar uma sequência de slides com resultados, explicações técnicas e o histórico dos pré-testes.
*Sob supervisão de Leonardo Meireles
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