Prisão de Carla Zambelli: por que autoridades brasileiras pediram a extradição da deputada?
Condenada a dez anos de prisão, Zambelli deixou o Brasil após a sentença do STF e foi localizada na Itália
Brasília|Do R7, em Brasília

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) na Itália, após ter sua inclusão solicitada na lista de difusão vermelha da Interpol.
Condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a dez anos de reclusão em regime fechado e ao pagamento de 200 dias-multa, Zambelli havia deixado o Brasil no início de junho, dias após a decisão definitiva da Corte.
A sentença da Primeira Turma do STF, por unanimidade, condenou a parlamentar por 13 crimes de invasão de dispositivo informático qualificada por prejuízo econômico e 16 crimes de falsidade ideológica.
A saída do país foi anunciada publicamente em entrevista à Rádio AuriVerde, quando Zambelli declarou ter deixado o território nacional e se evadido do “distrito da culpa”.
A Procuradoria-Geral da República justificou o pedido de extradição com base em diversos fatores.
Entre eles, a necessidade de garantir a execução da pena e conter a continuidade de práticas ilícitas atribuídas à deputada, como a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro e ataques reiterados ao Poder Judiciário.
Segundo o STF, mesmo no exterior, Zambelli teria transferido suas redes sociais à mãe e planejado estratégias semelhantes às de outros parlamentares investigados, o que evidenciaria sua intenção de manter condutas delituosas.
Prisão definitiva
Com o trânsito em julgado da condenação no dia 6 de junho — após a rejeição dos embargos de declaração apresentados por Zambelli e por Walter Delgatti Neto, seu co-réu — o STF determinou a prisão definitiva de ambos.
No dia anterior, a Polícia Federal havia informado que a deputada licenciada já constava na lista vermelha da Interpol, sendo localizada em território italiano.
A formalização do pedido de extradição foi feita com base no tratado bilateral entre Brasil e Itália, além da legislação brasileira de migração.
O Ministério da Justiça recebeu os documentos necessários para dar andamento ao processo, conforme determinação do relator do caso no STF.
O R7 confirmou que a PF informou ao Supremo que o hacker recebeu ao menos R$ 13,5 mil de assessores de Zambelli
O R7 confirmou que a PF informou ao Supremo que o hacker recebeu ao menos R$ 13,5 mil de assessores de Zambelli
Foi presa ou se entregou?
Apesar de a defesa da parlamentar afirmar que ela teria se entregado às autoridades italianas, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, não confirmou a versão. Segundo ele, tratou-se de uma prisão para fins de extradição.
Zambelli possui cidadania italiana, o que lhe permite, segundo fontes do R7, solicitar autorização para permanecer na Itália.
Nessa hipótese, o processo de extradição poderá se arrastar por meses e, eventualmente, ela poderá responder em liberdade enquanto o caso tramita na Justiça do país europeu.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

