Procon orienta pais e responsáveis sobre compras neste Dia das Crianças

Com expectativa de movimentar R$ 9,35 bilhões na economia do país, o Dia das Crianças é uma data esperada com ansiedade pelos presenteados e também pelos comerciantes. No entanto, para não ter dor de cabeça na compra e troca de presentes, o R7 ouviu o diretor do Procon-DF (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), Marcelo Nascimento, com as principais recomendações na hora de escolher o presente ideal.

“É importante que o pai ou responsável, já sabendo da data, pesquise os preços dos produtos e brinquedos que quer comprar para o filho. Fazendo uma pesquisa antecipada ele não corre o risco de cair em uma falsa promoção ou armadilha. Também é importante conferir se aquele item cabe no orçamento da família, para não se tornar uma dívida”, alerta Nascimento.

Ele acrescenta que depois de feita a pesquisa inicial e escolha do presente, é necessário também escolher em qual loja comprar. “Se será em uma loja física, ou no comércio eletrônico. É preciso saber a reputação da empresa, conferir se tem CNPJ, informações oficiais e endereço físico, principalmente nas compras pela internet”, pontua.

O especialista observa ainda que os pais precisam saber como funciona a política de troca dos estabelecimentos. “Nas lojas físicas, os pais devem verificar se a loja tem uma política de troca, porque se o brinquedo não estiver com defeito a loja não é obrigada a trocar o produto. O pai também deve saber se para a troca é necessário alguma etiqueta de compra”, orienta.

Além disso, Nascimento reforça a importância de escolher brinquedos com selos do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), com orientações em língua portuguesa e indicação de faixa etária. “Também é importante verificar se o produto não tem características pontiagudas, que possa causar um dano eventual na segurança da criança”, disse.

No começo do mês, o R7 mostrou que, segundo dados do Ministério da Justiça, produtos ilegais representam de 20% a 30% do mercado de brinquedos. A falta de certificação pelo Inmetro pode facilitar o uso de produtos tóxicos, como tintas não permitidas, e peças de baixa qualidade

Desconfie de promoções absurdas

Em relação aos preços, o diretor do Procon-DF acrescenta que promoções absurdas são sempre um sinal de alerta. “É importante que a população desconfie dos preços, se o brinquedo estava sempre em um preço e de repente aparece bem abaixo do valor médio, isso pode ser indicativo de golpe”, avalia.

Em caso de golpe Nascimento ressalta que o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência. “Depois, a pessoa pode procurar o Procon, para tentar localizar quem realizou a eventual venda, ou até mesmo procurar a justiça, um advogado ou uma defensoria pública, para ter a devolução do dinheiro”, destaca.

Outra dica do especialista é não adquirir produtos pela internet de forma muito antecipada. “O prazo que o cliente tem é de sete dias para troca no caso dessas compras no comércio eletrônico. Então não compensa comprar um presente com muita antecedência, com risco da criança abrir o presente somente depois desse período de troca”, orienta.

Veja todas as dicas:

• Compre de lojas confiáveis: prefira estabelecimentos conhecidos, com boa reputação no mercado e que ofereçam canais de atendimento ao consumidor;
• Desconfie de preços muito baixos: se um brinquedo está sendo vendido muito abaixo do preço médio, desconfie. Isso pode ser um indício de falsificação ou golpe;
• Verifique se o site é seguro: antes de inserir seus dados pessoais ou fazer um pagamento, certifique-se de que o site tem criptografia de segurança (representado por um cadeado ao lado do URL);
• Pesquise avaliações de outros consumidores: ler a opinião de quem já comprou pode ajudar a identificar vendedores confiáveis e evitar problemas; e
• Cheque a presença do selo do Inmetro: no caso de brinquedos, eletrônicos e produtos infantis, é fundamental verificar se têm o selo de qualidade do Inmetro para garantir que passaram por testes de segurança.
  

Aquecimento da economia

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) projeta que o Dia das Crianças vai movimentar R$ 9,35 bilhões na economia do país. Isso deve provocar um crescimento de 2,6% nas vendas do varejo em relação a 2023, se a previsão estiver correta. A data é a terceira mais lucrativa no Brasil e fica atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.

Segundo a pesquisa, o que explica o possível aumento nas vendas é o mercado de trabalho aquecido. Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua referente ao segundo trimestre de 2024, a taxa de desocupação foi de 6,9%, o menor valor para o período desde 2014.