Quase 20% dos trabalhadores do Distrito Federal são pessoas idosas

19,7% da população em idade ativa no Distrito Federal, que é de 501 mil pessoas, é de pessoas idosas. São 96 mil pessoas com 60 anos ou mais que se mantém ativa. O dado se refere ao biênio 2022/2023 e é de um levantamento do IPEDF (Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal), junto com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas).

O Boletim Anual da População Idosa aponta que 27,5% das pessoas em idade ativa é jovem e tem entre 15 e 29 anos, mas a maioria é de adultos de 30 a 59 anos (52,8%).

Na PEA (População Economicamente Ativa), os idosos tiveram o maior aumento registrado se comparado à 2021-2022, com um crescimento de 0,5 ponto percentual, chegando a 5,8%. No mesmo período, a proporção de pessoas de 30 a 59 anos na PEA cresceu 0,4 ponto percentual, mas a faixa etária de 15 a 29 caiu 0,9 p.p.

Apesar do aumento de pessoas com mais de 60 anos que trabalham, a maior parte delas permanece inativa. 80,9% da população idosa não está engajada no mercado de trabalho, o que corresponde a 406 mil pessoas. Deles, a maioria é aposentada(70,7%), sendo que outros 13,5% se dedicam exclusivamente a afazeres domésticos e 15,2% estavam envolvidos em outras atividades não laborais.

Dentre os idosos que estão no mercado de trabalho, a maioria é homem (57,6%), e dentre os inativos, a maioria é mulher (63,5%).

A diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF, Francisca Lucena, afirma que medidas voltadas para a essa faixa etária são importantes. “Com o envelhecimento da população do DF, em função da transição demográfica e do aumento da expectativa de vida, é necessária a implementação de ações para a manutenção e reinserção da população idosa no mercado de trabalho”.

Ainda segundo o levantamento, 47,2% dos idosos que trabalham são assalariados e 30% são autônomos. No setor privado, 20,1% das pessoas com mais de 60 anos têm contratos formais, com registro em carteira assinada. A participação no setor público e privado entre os assalariados foi muito parecida, com 23,5% dos idosos empregados no setor público e 23,7% no privado. 7,9% são empregadores e 7,8% são empregados domésticos.

Rendimento

O rendimento médio real dos idosos que trabalham chegou a R$ 5.507 por mês, com um aumento de 2,5%. Esse crescimento é semelhante ao registrado entre jovens de 15 a 29 anos, com rendimento médio de R$ 2.288. Já a faixa de 30 a 59 anos, o crescimento foi menor (1,7%), com média de R$ 5.207.

Para os idosos, o rendimento médio por hora é de R$ 32,99, 59,5% superior ao dos jovens (R$ 13,36) e 10,1% maior que o dos adultos de 30 a 59 anos (R$ 29,67).

Jornada de trabalho

Os idosos ocupados trabalharam, em média, 39 horas por semana. Essa foi a menor jornada registrada, considerando que jovens de 15 a 29 horas trabalharam 40 horas e adultos de 30 a 59 trabalharam 41 horas.