Queiroga anuncia 600 mil doses a mais da vacina para crianças
Pfizer enviará ao todo 4,3 milhões de doses ainda em janeiro, disse ministro; imunização para 5 a 11 anos deve começar neste mês
Brasília|Lucas Nanini e Bruna Lima, do R7, e Lívia Veiga, da Record TV
O Brasil vai receber um número maior do que o previsto inicialmente de doses da vacina contra a Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos, informou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na manhã desta segunda-feira (10). “Nós conseguimos antecipar com a Pfizer mais 600 mil doses da vacina pediátrica agora no mês de janeiro. Então serão 4,3 milhões de doses de vacina”, disse.
A primeira remessa de doses, com cerca de um terço do total, deve chegar ao país na próxima quinta-feira (13). O restante, nos dias 20 e 27 de janeiro. Os imunizantes serão analisados pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) antes de ser enviados aos estados e municípios.
A previsão é que a vacinação comece na segundo quinzena de janeiro, sendo a distribuição das doses feita por critério populacional, ou seja, baseada no percentual de crianças de cada unidade federativa. A imunização será feita em duas doses com um intervalo de oito semanas entre elas.
A imunização de crianças não será obrigatória no Brasil, diferentemente de todas as outras imunizações infantis previstas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização). Caberá aos pais ou responsáveis dar o aval para a aplicação. O intervalo entre uma aplicação e outra será de oito semanas.
Apesar de manter nas mãos dos pais a decisão de vacinar ou não as crianças, o Ministério da Saúde voltou atrás em relação à cobrança da prescrição médica como condicionante para a aplicação.
Isso ocorreu após representantes das sociedades médicas advertirem, em audiência pública, que a medida é uma forte barreira de acesso, pois muitas famílias brasileiras teriam dificuldade em conseguir o exame. Em consulta pública, a própria sociedade civil também se manifestou contra a exigência.
Os eventos realizados pelo Ministério da Saúde foram questionados por entidades, que disseram que os programas eram uma forma de atrasar o processo de vacinação. A CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) indagou a motivação da consulta. Para a instituição, o governo federal teve a intenção de “adiar a imposição de vacina à população entre 5 e 11 anos a pretexto de querer ouvir a população”.
Nesta segunda-feira, Queiroga voltou a defender a ideia de que o Brasil não atrasou o início da vacinação contra a Covid para crianças. O governo federal tem até esta data para se manifestar ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a consulta pública para vacinação contra a doença em crianças, processo que ocorreu entre 23 de dezembro e 2 de janeiro.
“Vocês verifiquem o prazo que a agência regulatória levou para fazer a aprovação, verifiquem o prazo que o Ministério da Saúde levou para emitir uma nota técnica com a decisão final sobre o tema, verifiquem o que aconteceu em outros países para tirar a conclusão de que o que o Ministério da Saúde fez foi, absolutamente, dentro das melhores práticas de análises de incorporação de tecnologias.”
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Vacinação infantil
A vacinação de crianças entre 5 e 11 anos foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) em 16 de dezembro último. O imunizante utilizado será o Comirnaty, da Pfizer.
A dose da vacina que será aplicada nas crianças equivale a um terço da usada nos adultos. O imunizante poderá ser armazenado por dez semanas a uma temperatura de 2°C a 8°C. A vacina aplicada em pessoas acima de 12 anos pode ser guardada por quatro semanas após o descongelamento. O frasco do imunizante pediátrico é de cor laranja, enquanto o de adultos é roxo.