Queiroga diz que vacinação de crianças não deveria ser prioridade
Ministro da Saúde comenta que país precisa ampliar cobertura vacinal da Covid-19 em quem ainda não recebeu todas as doses
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, neste sábado (18), que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra a Covid-19 não é a prioridade do momento e que o país deveria se preocupar em completar o esquema vacinal da população.
“Muito mais prioritário do que esse tema que se discute hoje é avançar com a aplicação da segunda dose e dose de reforço em regiões onde essa cobertura é baixa. Tem que centrar o foco nas prioridades, e a prioridade hoje é ampliar a cobertura vacinal na região Norte do Brasil”, afirmou o ministro, em entrevista à imprensa.
De acordo com Queiroga, a OMS (Organização Mundial da Saúde) tem defendido que os países terminem o ciclo vacinal contra a Covid-19 das populações. Além disso, o ministro comentou que mais importante que vacinar crianças seria garantir doses de vacinas para países em que boa parte da população adulta ainda nem recebeu a primeira imunização.
“Ela [OMS] tem clamado por ampliar o acesso a vacinas para a população que sequer receberam a primeira dose. Então, nesse ponto, nós estamos alinhados com a Organização Mundial de Saúde. Defendendo uma maior equidade de doses de vacina para o mundo e a ampliação do acesso a vacinas”, destacou o ministro.
Na última quinta-feira, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos de idade. Mas segundo Queiroga, o governo federal deve realizar uma consulta pública antes de decidir se aprova o início da imunização contra a Covid-19 para esse público.
“Uma das etapas foi cumprida, que é a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A outra etapa é a avaliação do Ministério da Saúde. Isso acontece em todas as políticas públicas. Essas decisões são feitas com bases técnicas. E, a partir daí, nós conseguimos avançar com mais segurança. É isso que a sociedade brasileira quer das autoridades sanitárias”, ressaltou.