Relatora da CPMI diz que depoimento de Delgatti pode determinar indiciamento de Jair Bolsonaro
Segundo Eliziane Gama, está na hora de obter os RIFs (relatórios de inteligência financeira) do ex-presidente e da ex-primeira-dama
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira (17) que o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto pode determinar o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. “A depender do conteúdo, pode levar ao indiciamento porque o depoimento está no foco central: o debate é em torno do questionamento do processo eleitoral, do resultado das eleições e da segurança das urnas”, afirmou a relatora em resposta ao R7.
A principal negociação, no entanto, se dá para garantir a liberação de informações financeiras de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “Não diria que está na hora de convocá-lo, mas de obtermos os RIFs (relatórios de inteligência financeira) dele e da Michelle”, disse.
Há resistência por parte do presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), em abrir caminhos no colegiado para investigar o esquema de vendas de joias dadas a Bolsonaro por autoridades estrangeiras. Ele alega desvio de foco.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
No entanto, Eliziane sustenta que o objetivo não é apurar o esquema em si, mas “investigar o fluxo financeiro, de onde vem o dinheiro que veio para o 8 de Janeiro”.
Nos bastidores, já há a avaliação de não ser necessária a convocação de Bolsonaro, uma vez que a liberação dos RIFs seria suficiente para sustentar um indiciamento. A ideia é posicioná-lo como líder de todo o processo de venda de joias, questionamento do resultado das eleições e responsável por instigar o 8 de Janeiro.