Um dos mecanismos para a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, era a mobilização das Forças Armadas. Entretanto, a resistência de comandantes do Exército e da Aeronáutica impediram que esse apoio acontecesse.“A decisão dos generais, especialmente dos que comandavam Regiões, e do Comandante do Exército de se manterem no seu papel constitucional foi determinante para que o golpe, mesmo tentado, mesmo posto em curso, não prosperasse”, diz o documento assinado por Paulo Gonet.Gonet denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. Agora, o ministro Alexandre de Moraes vai analisar a denúncia. Leia aqui o que a defesa dos denunciados dizem.O documento descreve a criação de uma “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” como um instrumento de pressão sobre o Alto Comando do Exército. O general Freire Gomes, então comandante do Exército, “(…) sempre deixou evidenciado ao então Presidente da República Jair Bolsonaro, que o Exército não participaria na implementação desses institutos jurídicos visando reverter o processo eleitoral”. Ajustes foram feitos para tentar maior apoio por parte das Forças Armadas. O general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira apresentou a nova versão aos comandantes das três forças.O tenente-brigadeiro Baptista Junior, comandante da Aeronáutica, confirmou ter sido convocado por Paulo Sergio. E que o decreto previa “(…) a não assunção do cargo pelo novo presidente eleito”. Segundo a PGR, Baptista Junior afirmou que não receberia o documento e que a Aeronáutica não admitiria um golpe de Estado, retirando-se da sala.Ele acrescentou que o General Freire Gomes também se recusou a analisar o conteúdo da minuta.