Rosa Weber tranca apuração na PGR sobre reunião de Bolsonaro com embaixadores
Magistrada entendeu que caso não pode ser tratado como assunto interno da Procuradoria e destaca que investigação deve ser supervisionada pelo Supremo
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quinta-feira (8), o trancamento de uma notícia de fato instaurada contra o presidente Jair Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR) por conta da reunião que ele realizou com embaixadores. Na ocasião, o chefe do Executivo questionou a segurança e transparência das urnas eletrônicas. Rosa entendeu que a acusação não pode ser tratada como "interna corporis" (assunto interno) por parte do Ministério Público Federal.
O caso foi levado ao Supremo por um grupo de senadores, que alegam que o presidente espalhou informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação. Durante a reunião, o presidente afirmou que houve fraude nas eleições de 2018, sem apresentar provas.
Uma das alegações do presidente é de que ao digitar o número 1 e 7, usados por ele no último pleito, a urna gerava voto no concorrente, Fernando Haddad. No entanto, nenhuma falha do tipo foi registrada oficialmente.
Em outro momento, o presidente alegou que uma invasão hacker ao site do TSE provou a fragilidade do sistema eleitoral. “Quero me basear exclusivamente no inquérito da PF que foi aberto após o segundo turno das eleições de 2018, onde um hacker falou que tinha havido fraude por ocasião das eleições. Falou que ele e o grupo dele tinham invadido o TSE”, disse, na ocasião.
A magistrada entendeu que a investigação deve ser supervisionada pelo Poder Judiciário, no caso, pelo Supremo, por conta do presidente ter prerrogativa de foro em razão da função que ocupa. A magistrada deu 5 dias para que o presidente se manifeste sobre a acusação, caso entenda ser pertinente.