Rui Costa diz que governo vai criar 'fundo verde' para descarbonização da economia
Ao 'JR Entrevista', ele afirmou que a ideia é acelerar troca da frota de veículos a diesel por elétricos e investir no hidrogênio verde
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira (19) que o governo federal vai criar um fundo verde para captar recursos internacionais e financiar a descarbonização da economia. A declaração foi dada ao JR Entrevista. A entrevista completa com o ministro vai ao ar na Record News e no R7 a partir das 19h30. O ministro não deu detalhes sobre os valores do fundo, mas afirmou que um dos objetivos é acelerar a substituição da frota de veículos movidos a diesel por veículos elétricos e investir na produção de hidrogênio verde.
O hidrogênio verde é obtido em um processo químico que separa móleculas de oxigênio e hidrogênio da água por meio de fontes renováveis, como eólica e solar. Ele pode ser usado na produção de combustível que não gera dióxido de carbono, um dos gases poluentes emitidos por veículos movidos a combustível fóssil e um dos principais responsáveis pelo aquecimento do planeta.
"Nós vamos ter a criação de um fundo verde para que a gente possa captar recursos, a uma taxa de juros muito baixa, para financiar a descarbonização da nossa economia. Então, por exemplo, o transporte urbano. Quando a gente retira ônibus movido a diesel e coloca ônibus elétrico, estamos deixando o meio ambiente mais limpo", afirmou o ministro-chefe da Casa Civil.
"Nós vamos também utilizar essa ferramenta da captação de fundos verdes internacionais para promover investimentos e custear mais parques solares e parques eólicos, e também para atrair investimentos para uma área de tecnologia de ponta, que é a produção de hidrogênio verde. O Brasil desponta como o lugar do mundo que tem melhor condição para a produção de hidrogênio verde", completou.
Ontem, Rui Costa se reuniu com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) para discutir um projeto do governo na área de combustíveis sustentáveis. O chamado PL de combustível do futuro estabelece metas e compromissos para a redução das emissões de carbono pelo setor de transportes.
A expectativa é de que o projeto trate, entre outros assuntos, da questão do diesel verde, de incentivos à produção de combustível sustentável para aviação e de regras para a escoagem de carbono.
Rui Costa nega que será candidato à Prefeitura de Salvador
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que "não há possibilidade" de ele deixar a pasta para disputar a Prefeitura de Salvador (BA) nas eleições de 2024 ou assumir a presidência da Petrobras. "Nenhuma das duas notícias procede. São muitas especulações, mas não há possibilidade nem cogitação [de saída da Casa Civil]", afirmou ao JR Entrevista nesta quarta-feira.
"Quando eu cheguei [ao ministério], no meu primeiro dia de trabalho — e trabalho com várias pessoas que compuseram a Casa Civil no primeiro governo Lula —, me disseram para eu me preparar, porque a Casa Civil é alvo de muitas notícias. A maioria das notícias veiculadas não é verdadeira", afirmou.
Costa deixou claro que se "orgulharia" de disputar a prefeitura da capital baiana, mas que seu objetivo no momento é se manter na Casa Civil e "fazer um plano nacional de aceleração do crescimento para a vida do povo melhorar".
O ministro já foi governador da Bahia e é visto como uma opção competitiva para enfrentar o atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), nas eleições municipais.
Rui Costa também é alvo de especulação sobre um possível deslocamento à presidência da Petrobras, como forma de abrir espaço para partidos do Centrão no governo. Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rejeitou a possibilidade e enfatizou que "quem discute ministro é o presidente da República, não é o partido que pede ministério".
'Momento de distensionar o país'
Sobre a relação com o Congresso, o ministro disse que é "o momento de distensionar o país". "O que o trabalhador, o que a mãe de família quer é que todo mundo se esforce para gerar emprego, melhorar a educação, a saúde. A população, em geral, não gosta de ver políticos brigando, porque o bate-boca não ajuda", disse Rui.
"É hora de unir o país, de todo mundo voltar a se dedicar. O governo e o país têm que cuidar das pessoas. É um momento de brigar menos e trabalhar mais", finalizou.