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Saiba quem é Jorge Messias, o ‘Bessias’ da Lava Jato, indicado como novo ministro do STF

Advogado-geral da União é visto por Lula como ponte entre governo e movimentos sociais e tem apoio da bancada evangélica

Brasília|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Jorge Messias foi confirmado como o novo ministro do STF, indicado por Lula por seu perfil técnico e capacidade de diálogo.
  • Completou doutorado analisando os desafios do Estado e criticando o Teto de Gastos, ressaltando seu impacto na Constituição de 1988.
  • Messias, membro da Igreja Batista, atua como interlocutor entre o governo e o eleitorado evangélico, especialmente em momentos de tensão.
  • Sua possível indicação ao STF reforça o papel da Advocacia-Geral da União como celeiro jurídico no Brasil, com quatro ex-chefes na corte.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Jorge Messias é conhecido pelo perfil técnico e pela ligação com o segmento evangélico Emanuelle Sena/ AscomAGU - 16.07.2025

O nome de Jorge Messias, advogado-geral da União desde 2023, foi confirmado como o próximo indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (20).

A escolha tem significado político e simbólico: Lula seguiu atrás de alguém de confiança, com perfil técnico, mas capaz de dialogar com diferentes setores da sociedade — especialmente os movimentos sociais e o segmento evangélico, base que o governo pretende reaproximar antes das eleições de 2026.


Messias, de 45 anos, é procurador da Fazenda Nacional desde 2007, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).

Com uma carreira consolidada na administração pública, acumulou funções estratégicas, como subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República e consultor jurídico dos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia. Também ocupou a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior.


Durante o governo de Dilma Rousseff, Messias tornou-se conhecido após vir à tona em interceptações da Operação Lava Jato, quando foi mencionado pela ex-presidente em ligação sobre o termo de posse de Lula. O episódio lhe rendeu o apelido de “Bessias”, referência usada à época para descrever um assessor discreto e fiel.

Desde então, consolidou-se como um jurista de perfil técnico e estratégico, responsável por pautas sensíveis no governo.


À frente da AGU, defendeu maior regulação das plataformas digitais, enfrentando gigantes da tecnologia e alertando para os riscos da desinformação.

Tese de doutorado

Em sua tese de doutorado, defendida em 2024, Messias analisa os desafios do Estado diante de riscos globais e propõe uma atuação mais ativa da AGU na defesa da democracia e do meio ambiente.


No texto, intitulado “O Centro de Governo e a AGU: estratégias de desenvolvimento do Brasil na sociedade de risco global”, ele critica o Teto de Gastos, afirmando que a medida “desfigurou a Constituição de 1988 ao limitar a variação do gasto público à inflação do ano anterior por 20 anos”.

O advogado-geral também chama atenção por tratar da influência das redes sociais na polarização política.

“A internet diminuiu o custo da desinformação, o que facilitou o emprego sistemático da mentira como arma política”, escreveu. Segundo ele, o engajamento digital ocorre “pelos afetos e pelo viés de confirmação”, reforçando divisões sociais e políticas.

Além da trajetória técnica, Messias carrega uma identidade rara dentro do círculo mais próximo de Lula: é evangélico, membro da Igreja Batista Cristã de Brasília, onde atua como diácono.

Essa ligação o transformou em interlocutor do governo com o eleitorado evangélico, inclusive em momentos de tensão.

Atuação junto a lideranças religiosas

Em 2023, Messias foi procurado por lideranças religiosas após uma resolução do Conselho Nacional de Saúde sobre terapia hormonal em adolescentes trans. Ele se manifestou no Supremo Tribunal Federal defendendo a proteção de crianças e adolescentes e a necessidade de fiscalização médica rigorosa.

“As previsões constitucionais citadas sinalizam para a importância de especificidades que envolvem a proteção à saúde de crianças e adolescentes”, afirmou.

A postura dialogada fez com que parte da bancada evangélica no Congresso — inclusive nomes fora da base governista — manifestasse simpatia por sua eventual indicação ao Supremo.

Com sua possível entrada no STF, quatro dos 11 ministros terão chefiado a Advocacia-Geral da União, assim como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e André Mendonça. A escolha reforça o papel da AGU como um dos principais celeiros jurídicos do país.

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