Mesmo preso, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) segue recebendo salários, além de benefícios da Câmara, como o uso de um imóvel funcional. Ao longo dos quase 10 meses, o parlamentar teve um custo que supera R$ 1 milhão.Os valores somam despesas diretas, como os pagamentos mensais que ainda caem na conta do político, ao salário de funcionários do gabinete. Vinte e quatro pessoas seguem lotadas na assessoria do parlamentar, em um custo médio de R$ 123 mil a cada mês.Brazão se encontra preso desde 24 março, após ser apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). O crime aconteceu em 2018. Ela foi morta a tiros junto ao motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro.No período, o político teve salários que somados se aproximam dos R$ 95 mil. Entre valores que entraram na conta do parlamentar está uma gratificação natalina — o bônus somou R$ 9.626,86 no último mês de junho.O salário previsto para cada mês ao político é de R$ 44 mil, mas o montante passou por descontos pelas ausência sem plenário. Com a redução, ele recebeu R$ 7,9 mil em praticamente todos os meses preso. O pagamento seguirá até uma eventual cassação do mandato parlamentar, que ainda não tem data para ser analisada em plenário.O processo passou pela aprovação do Conselho de Ética da Câmara. Nos bastidores, a avaliação é de que o deputado não deverá receber apoio para manutenção do cargo. A conclusão do processo, no entanto, depende de uma votação a ser marcada pelo futuro presidente da Câmara — um novo comando da Casa será definido apenas em fevereiro.Veja os gastos mensais da Câmara com Brazão, levando em conta salário e despesas de gabinete:A reportagem entrou em contato com a Câmara dos Deputados para mais informações referente ao trabalho desempenhado pelos funcionários no gabinete. O órgão não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.A defesa do deputado também foi acionada para posicionamento pelo apartamento funcional disponibilizado ao político, mas também não respondeu.