Saúde inclui vacina CoronaVac em imunização infantojuvenil
Medida é anunciada um dia após Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o uso da vacina para essa faixa etária
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (21), a inclusão no PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação) da vacina contra a Covid-19 da CoronaVac para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. O anúncio foi feito pelo secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz.
Cruz informou que a pasta encaminhará ofício aos estados para saber quantas doses do imunizante eles possuem e se precisam receber mais unidades. Segundo o técnico, há cerca de 3 milhões de doses em posse dos estados – o Distrito Federal, por exemplo, tem 500 mil em estoque.
O secretário-executivo destacou, contudo, já ter identificado ao menos 12 estados que não têm doses da CoronaVac. Uma reunião deve ser realizada nos próximos dias para resolver o impasse.
A Saúde afirmou, também, que tem 6 milhões de doses do imunizante disponíveis no Centro de Distribuição de Insumos Estratégicos de Saúde, em Guarulhos (SP). Segundo Cruz, ainda não está definida a quantidade de doses do imunizante que a União comprará do Butantan, mas o ministério negocia a compra de mais de 7 milhões de unidades da vacina.
A medida foi anunciada um dia após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o uso do imunizante para a faixa etária de 6 a 17 anos. O pedido do Instituto Butantan pleiteava o uso a partir dos 3 anos, mas a reguladora limitou a extensão, tendo como base os resultados preliminares dos estudos clínicos apresentados para nortear a autorização.
A decisão, unânime, foi tomada pela diretoria colegiada da reguladora, visto que a vacina não possui registro definitivo, cabendo aos diretores deliberar sobre o tema. A indicação da Anvisa prevê que a dose para crianças seja a mesma destinada a adultos: 600 SU do antígeno do vírus inativado em 0,5 ml. O intervalo entre as aplicações deverá ser entre duas e quatro semanas.
A autorização vem pouco mais de um mês após o segundo pedido, feito em 15 de dezembro de 2021 pelo Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac. O primeiro processo foi apresentado em julho de 2021, e, em agosto, a agência decidiu não aprovar a extensão do uso da vacina, considerando que, à época, não havia dados suficientes para sustentar o aval da reguladora.
O ministério já utiliza a vacina da Covid-19 da Pfizer para a imunização de crianças de 5 a 11 anos, com as doses pediátricas, e de 12 a 17 anos, com a dose normal, para adultos. Até o momento, o país recebeu cerca de 2,5 milhões de doses pediátricas da farmacêutica americana, e a previsão é que, na próxima segunda-feira (24), um novo lote, com 1,8 milhão de doses, desembarque no país.