Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

Sem citar UE, Lula diz que mundo está ‘ávido’ para fazer acordos com o Mercosul

Parceria seria fechada neste ano, mas europeus voltaram atrás; Paraguai assume presidência do bloco sul-americano

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O presidente Lula declarou que o mundo está \"ávido\" por acordos com o Mercosul em cúpula em Foz do Iguaçu.
  • Parceria com a União Europeia foi adiada novamente, frustrando expectativas do Brasil.
  • França e Itália resistem à adesão devido a preocupações com concorrência desleal e padrões ambientais.
  • Lula afirmou que, se não houver acordo agora, o Brasil não negociará novos termos durante sua presidência.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula passará a presidência do Mercosul para o Paraguai Marcelo Camargo/Agência Brasil - 18.12.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou neste sábado (20) que o mundo está “ávido” por firmar acordos com o Mercosul.

Em discurso improvisado na abertura da cúpula do bloco sul-americano, realizada em Foz do Iguaçu (PR), o petista não mencionou a União Europeia, que recuou da assinatura da parceria comercial com o Mercosul.


A expectativa era de que o acordo, negociado há mais de 25 anos, fosse chancelado neste sábado.

“Posso dizer a vocês que o mundo está ávido por fazer acordo com o Mercosul. Há muitos países interessados em firmar acordos com o Mercosul, e nós, certamente, vamos conseguir, nesse período, concluir negociações que não foram possíveis durante a minha presidência”, afirmou o presidente.


Com o fim da liderança brasileira no bloco, Lula passará o comando ao Paraguai, presidido por Santiago Peña.

Nesta semana, líderes da União Europeia adiaram a assinatura do acordo e frustraram a expectativa do governo brasileiro. A nova previsão passou para janeiro de 2026.


Depois da fala improvisada inicial, o petista leu o discurso preparado para a ocasião e citou diretamente a União Europeia. “Ao cabo de 26 anos de negociações, esperávamos assinar, finalmente, o acordo de associação com a União Europeia”, lamentou.

“Chegamos a um entendimento vantajoso para os dois lados”, acrescentou, ao citar as divergências iniciais e a adoção de mecanismos para superá-las.


“Tínhamos, em nossas mãos, a oportunidade de transmitir ao mundo mensagem importante em defesa do multilateralismo e de fortalecer nossa posição estratégica em um cenário global cada vez mais competitivo. Mas, infelizmente, a Europa ainda não se decidiu. Líderes europeus pediram mais tempo para discutir medidas adicionais de proteção agrícola”, completou Lula.

O petista informou que os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu destacaram a expectativa de assinar a parceria em janeiro.

“Sem vontade política e coragem dos dirigentes não será possível concluir uma negociação que já se arrasta por 26 anos. Enquanto isso, o Mercosul seguirá trabalhando com outros parceiros”, reforçou o brasileiro.

Ameaça de Lula

Nos últimos dias, Lula afirmou que, caso o prazo da parceria fosse novamente estendido, o Brasil não retomaria a negociação de um novo texto nos mesmos termos.

O presidente relatou que chegou a alterar a data de uma reunião do Mercosul para atender ao calendário europeu, mas impasses internos na França e na Itália acabaram prejudicando o avanço do acordo.

“A reunião do Mercosul estava marcada para 2 de dezembro. Eu alterei para 20 de dezembro porque a União Europeia pediu, afirmando que só conseguiria aprovar o acordo no dia 19. Agora estou sabendo que eles não vão conseguir aprovar. Está difícil, porque Itália e França não querem avançar por problemas políticos internos. Eu já avisei: se não fizermos agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente”, declarou Lula.

Entenda

As negociações formais da parceria foram concluídas em dezembro do ano passado e, em setembro de 2025, o acordo recebeu validação da União Europeia. A implementação, no entanto, ainda depende da aprovação dos países-membros, processo que enfrenta resistência principalmente da França e da Itália.

As dificuldades têm origem, sobretudo, em setores agrícolas europeus e em divergências sobre normas ambientais. O agronegócio francês classifica a parceria como “inaceitável”, por temer concorrência considerada desleal com produtos sul-americanos.

Autoridades francesas também criticam a diferença de padrões ambientais e sanitários, ao alegar que a importação de mercadorias sem exigências equivalentes às europeias criaria competição desigual.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.