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Sem licitação, governo gastou R$ 96,8 mil em sofás e R$ 42,2 mil em cama para o Palácio da Alvorada

Segundo a Presidência, compra sem disputa de concorrência foi feita por se tratar de caso de emergência ou calamidade pública

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em Brasília
Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em Brasília Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em Brasília

Em um processo que dispensou licitação, a Presidência da República gastou quase R$ 196,8 mil na compra de seis móveis para o Palácio da Alvorada, em fevereiro deste ano. Entre os itens adquiridos estavam dois sofás com mecanismo elétrico reclinável para cabeça e pés revestidos em couro, que juntos custaram R$ 96,8 mil, e uma cama, também revestida em couro, no valor de R$ 42,2 mil.

As informações foram obtidas pelo R7 via Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo os dados aos quais a reportagem teve acesso, o governo ainda comprou uma poltrona ergonômica revestida em couro com puff branco a R$ 29,4 mil, uma poltrona fixa em veludo azul com estrutura em madeira de reflorestamento a R$ 19,2 mil e um colchão king size estofado com espumas de alta resiliência a R$ 8,9 mil.

Os móveis foram adquiridos para serem instalados na área privativa do Palácio da Alvorada. Segundo o governo, a aquisição por dispensa de licitação foi feita de acordo com um trecho da lei de licitações que diz que é dispensável a licitação "em casos de emergência ou de calamidade pública quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas".

Em nota enviada ao R7, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que a compra foi necessária pois a curadoria da residência oficial do chefe do Executivo identificou, em janeiro deste ano, que 261 móveis do Alvorada estavam desaparecidos. De acordo com o órgão, após três meses de procura, 83 móveis ainda não foram encontrados.

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"A ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens. Os móveis adquiridos agora integram o patrimônio da União e serão utilizados pelos futuros chefes de Estado que lá residirem. Se o Palácio não tivesse sido encontrado nas condições em que foi, não teria sido necessário efetuar a compra de móveis", afirmou a secretaria.

"Por se tratarem de peças específicas para manterem a harmonia do projeto arquitetônico do palácio, e para que fosse possível voltar a utilizá-lo para sua finalidade de residência oficial, cessando a instalação precária e com custos, em especial do ponto de vista de segurança, do chefe de Estado em um hotel, houve a dispensa de processo licitatório", acrescentou o órgão.

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Itens não entregues

No dia 3 de fevereiro, o governo federal tinha publicado no Diário Oficial da União (DOU) um extrato de dispensa da abertura de edital para a aquisição de 11 móveis no valor de R$ 379,4 mil. À época, a Presidência justificou que a compra sem licitação foi necessária por se tratar de um caso de emergência ou calamidade pública. O texto divulgado no DOU, contudo, não apresentou detalhes do que de fato seria comprado nem dos locais onde os móveis seriam instalados.

A reportagem pediu, via LAI, detalhes sobre o processo de compra dos móveis. O governo respondeu que, dos 11 móveis solicitados, apenas seis foram entregues. "Os demais bens não foram entregues e, consequentemente, procedeu-se a devida anulação da nota de empenho correspondente a esses bens", respondeu a Secretaria de Administração da Casa Civil da Presidência da República.

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Confira abaixo os itens que a Presidência afirmou não ter recebido:

um buffet com acabamento em lâmina de cinamomo tonalizado na cor castanho e complemento em latão dourado (R$ 62 mil);

uma mesa para almoço em acabamento laqueado na cor juta brilho (R$ 36,4 mil);

oito cadeiras em madeira maciça na cor avelã (R$ 28,7 mil)

uma poltrona giratória com acabamento em lâmina de pau ferro e revestimento em couro preto (R$ 25,4 mil); e

uma mesa de cabeceira (R$ 15 mil).

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